A Polícia Federal (PF) desarticulou, na última quinta-feira (6), um grande esquema de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) , que envolvia o uso de identidades falsas de idosos para receber benefícios assistenciais e contratar empréstimos consignados. O golpe causou um prejuízo estimado de R$ 23 milhões aos cofres públicos.
A ação faz parte da Operação Melhor Idade – Segunda Fase, conduzida pela PF em parceria com o Núcleo de Inteligência Previdenciária, sendo cumpridos mandados contra 16 investigados nos estados do Piauí, São Paulo, Goiás e Distrito Federal.
Na prática, o grupo criminoso recrutava pessoas, chamadas de “idosos de aluguel”, para emprestar suas impressões digitais e fotos na criação de identidades falsas e esses documentos eram usados para abrir contas bancárias, acessar o Cadastro Único do Governo Federal e solicitar Benefícios de Prestação Continuada (BPC), que garantem um salário mínimo por mês a idosos em situação de vulnerabilidade.
De acordo com a PF, alguns desses “idosos de aluguel” chegaram a figurar em mais de 30 identidades diferentes, permitindo ao grupo solicitar 259 benefícios assistenciais de forma fraudulenta. Além disso, com o uso das identidades falsas, os criminosos contratavam empréstimos consignados, aumentando ainda mais o prejuízo financeiro.
Medidas da Justiça
Diante da gravidade da fraude, a Justiça Federal determinou diversas ações para interromper o esquema, incluindo:
- Cancelamento de CPFs falsos;
- Bloqueio de contas bancárias usadas na fraude;
- Suspensão dos benefícios irregulares;
- Sequestro de bens dos investigados;
- Mandados de busca e apreensão;
- Prisão de envolvidos no esquema
Essa nova fase da operação ocorreu após a primeira ação, realizada em janeiro, quando três suspeitos foram presos e diversos documentos falsos, cartões de benefícios, extratos bancários e anotações sobre o golpe foram apreendidos.
A análise dos bens apreendidos revelou movimentações financeiras incompatíveis com a renda dos investigados, levantando suspeitas de lavagem de dinheiro e, mesmo após a primeira etapa da operação, os criminosos continuaram sacando benefícios fraudulentos, o que reforçou a necessidade de novas prisões e medidas cautelares.
Segundo estimativas da PF, caso o esquema não fosse interrompido, o rombo aos cofres públicos poderia chegar a R$ 35 milhões nos próximos anos.
Agora, a operação segue em andamento para identificar outros envolvidos e recuperar valores desviados e a expectativa é que novas medidas sejam adotadas para evitar fraudes semelhantes no sistema previdenciário.