Nesta quarta-feira (19) o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), finalizou sua segunda reunião do ano – que acontece a cada 45 dias – e decidiram, por unanimidade, continuar aumentando a taxa Selic. O aumento foi de 1 ponto percentual, elevando a taxa básica de juros para 14,25%.
Esse foi o quinto aumento consecutivo da taxa Selic, que também foi elevada em 1 ponto percentual na primeira reunião de 2025, em janeiro.
Este é o maior patamar para a taxa básica de juros desde outubro de 2016 e o Copom afirmou na reunião desta semana que a taxa deve continuar sendo elevada, mas em percentuais menores.
Para definir a Selic, o BC atua com base no sistema de metas de inflação. Se as projeções estiverem em linha com a meta, de 3% ao ano, é possível baixar os juros. Se estão acima, a tendência é de manutenção ou alta da Selic.
Com a inflação em alta, a instituição tem optado por aumentar a Selic. De acordo com o BC, os motivos da inflação são:
- A resiliência do nível de atividade;
- O mercado de trabalho aquecido;
- A alta de gastos públicos; e
- O cenário internacional, que tem pressionado o dólar.
Como os juros impactam o dia a dia dos brasileiros
A taxa Selic é a principal referência para os juros no Brasil. Quando o Banco Central decide aumentá-la, diversos setores da economia são impactados, influenciando diretamente a vida da população. Veja os principais efeitos:
1. Crédito mais caro e endividamento
Com a Selic mais alta, os bancos aumentam os juros cobrados em empréstimos, financiamentos e cartões de crédito. Isso significa que quem precisa de crédito paga mais caro, tornando mais difícil financiar imóveis, carros ou até mesmo parcelar compras no cartão. Para quem já está endividado, os custos da dívida podem crescer ainda mais.
2. Redução do consumo
Juros altos desestimulam o consumo, já que o crédito fica mais caro e as prestações mais pesadas. Isso afeta setores como comércio e indústria, que podem registrar queda nas vendas e menor crescimento econômico.
3. Impacto na inflação
O Banco Central utiliza a Selic como ferramenta para conter a inflação. Com juros mais altos, as pessoas gastam menos, reduzindo a demanda por produtos e serviços. Isso tende a desacelerar a alta dos preços, mas nem sempre é suficiente, principalmente quando fatores externos, como clima ou câmbio, afetam os custos de produção.
4. Rentabilidade dos investimentos
Por outro lado, quem tem dinheiro aplicado em renda fixa, como Tesouro Direto, CDBs e fundos DI, se beneficia com a Selic mais alta, já que esses investimentos passam a render mais.
5. Dificuldade para empresas
Empresas que dependem de crédito para investir e crescer sofrem com juros altos, pois o custo do financiamento aumenta. Isso pode levar à redução de contratações e investimentos, impactando o mercado de trabalho.
O aumento da Selic traz efeitos diretos no orçamento das famílias, encarece o crédito e pode desacelerar a economia. Embora seja uma ferramenta para controlar a inflação, seu impacto no consumo e nos negócios deve ser avaliado com atenção.