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Brasil ultrapassa 724 mil acidentes de trabalho em 2024

Dados oficiais apontam mais de 724 mil acidentes de trabalho no país em 2024, com destaque para setores como construção, transporte e saúde.

06/05/2025 15:00

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Brasil registra mais de 724 mil acidentes de trabalho em 2024

Brasil ultrapassa 724 mil acidentes de trabalho em 2024

O Brasil registrou 724.228 acidentes de trabalho em 2024, com base nos dados de 2023 compilados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em parceria com o eSocial e o Ministério da Previdência Social. As informações foram divulgadas no dia 28 de abril, durante evento virtual promovido pela Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), em alusão ao Dia Nacional em Memória às Vítimas de Acidentes de Trabalho e ao Dia Mundial de Segurança e Saúde no Trabalho.

A transmissão foi mediada pelo coordenador da Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho (CANPAT), José Almeida Martins de Jesus Jr., e contou com a participação de representantes do governo, de empregadores, trabalhadores e especialistas em saúde ocupacional. O objetivo foi apresentar um panorama atualizado dos acidentes ocupacionais no país e reforçar a importância das ações preventivas nas empresas.

Maioria dos acidentes de trabalho são típicos

De acordo com os dados apresentados, 74,3% dos acidentes de trabalho registrados foram do tipo típico, ou seja, ocorridos no ambiente de trabalho ou durante o exercício da atividade profissional. Já os acidentes de trajeto, que ocorrem no deslocamento entre casa e trabalho, representaram 24,6% do total, enquanto apenas 1% foi classificado como doenças ocupacionais.

Esse último índice evidencia a dificuldade em reconhecer e notificar as doenças relacionadas ao trabalho, muitas vezes subnotificadas ou confundidas com condições clínicas comuns. O MTE alerta que a baixa proporção de doenças ocupacionais identificadas pode indicar falhas nos mecanismos de detecção e registro.

Afastamentos: maioria dura até 15 dias

Em relação ao impacto funcional dos acidentes de trabalho, os dados mostram que 61,07% dos casos resultaram em afastamentos de até 15 dias. Outros 27,01% não geraram afastamento, enquanto apenas 11,91% exigiram afastamentos superiores a 15 dias, o que acarreta impactos diretos para o INSS e para a produtividade das empresas.

Essas estatísticas são cruciais para contadores e gestores de RH que atuam na elaboração da folha de pagamento e na gestão do eSocial, uma vez que os afastamentos superiores a 15 dias envolvem benefícios previdenciários e devem ser registrados corretamente.

Setores com mais acidentes e regiões críticas

O levantamento também revelou os setores econômicos e estados com maior incidência de acidentes de trabalho. Entre os segmentos mais afetados estão construção civil, transporte, atendimento hospitalar, indústria de transformação e comércio.

Essas áreas concentram tanto o número absoluto de acidentes quanto os casos mais graves, com afastamentos prolongados ou óbitos. O relatório indica ainda que os estados com maior número de registros coincidem com regiões de maior densidade industrial e urbana.

CNAEs com maior número de registros

O MTE identificou os dez principais Códigos Nacionais de Atividade Econômica (CNAEs) com maiores índices de acidentes de trabalho. A lista é liderada por atividades como construção de edifícios, transporte rodoviário de cargas, obras de infraestrutura e atendimento hospitalar.

Esses mesmos CNAEs também aparecem entre os que apresentam maior número de afastamentos prolongados e óbitos, o que aponta para a necessidade de reforço nas políticas de saúde e segurança nessas atividades. A CNAE é uma classificação obrigatória para todas as empresas brasileiras, sendo essencial para a tributação, estatísticas oficiais e ações de fiscalização.

Partes do corpo mais atingidas nos acidentes de trabalho

Segundo o levantamento, as partes do corpo mais atingidas em acidentes de trabalho foram mãos, braços e pernas. Isso reflete a exposição direta desses membros em atividades operacionais, sobretudo na indústria e na construção civil.

A análise detalhada dos tipos de lesões pode servir de base para ações preventivas específicas, como a exigência do uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), treinamentos periódicos e readequações ergonômicas.

Atuação do MTE e foco na cultura de prevenção

Durante a apresentação dos dados, a coordenadora-geral de Fiscalização em Segurança e Saúde no Trabalho do MTE, Viviane Forte, destacou a atuação estratégica do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho (SST).

“Nosso objetivo é construir uma cultura de prevenção que promova ambientes mais seguros, melhore a qualidade de vida no trabalho e contribua para uma sociedade mais justa e igualitária”, afirmou.

Ela ressaltou que o MTE tem investido em ferramentas modernas de fiscalização, capacitação constante dos auditores-fiscais e ações educativas voltadas tanto para empregadores quanto para trabalhadores. A atuação preventiva é prioridade nas políticas da pasta.

Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho 2025

As estatísticas divulgadas fazem parte da Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho (CANPAT) 2025, coordenada pela SIT e voltada à promoção da saúde ocupacional nas empresas.

O conteúdo da campanha, incluindo relatórios e painéis interativos, está disponível no Painel de Informações da Inspeção do Trabalho. A transmissão completa da live pode ser assistida no canal da Escola Nacional de Inspeção do Trabalho (ENIT), disponível em: https://www.youtube.com/live/zt5gj0j5utg.

Também foi divulgado o vídeo oficial da campanha, acessível em: https://www.youtube.com/watch?v=AvDyZaNYtJ.

Os dados apresentados pelo MTE reforçam a importância de uma gestão ativa da saúde e segurança no ambiente de trabalho. Contadores e consultores de folha devem ficar atentos aos registros de afastamentos, comunicação de acidentes no eSocial e às obrigações legais da empresa.

Além disso, a análise estatística permite que empresas identifiquem setores de maior risco e implementem medidas corretivas com foco na redução de passivos trabalhistas e previdenciários.Com informações do MTE

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