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PROGRAMAS SOCIAIS

Governo regulamenta programa de microcrédito para inscritos no CadÚnico

Portaria estabelece regras do Acredita no Primeiro Passo, que facilita acesso ao crédito para populações em situação de vulnerabilidade socioeconômica.

08/05/2025 12:00

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Programa de microcrédito Acredita no Primeiro Passo é regulamentado

Governo regulamenta programa de microcrédito para inscritos no CadÚnico

O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) regulamentou, nesta segunda-feira (6), o Acredita no Primeiro Passo, programa federal que visa facilitar o acesso ao microcrédito por pessoas inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico). A regulamentação foi formalizada por meio de portaria publicada no Diário Oficial da União e integra um conjunto de ações do Programa Acredita, lançado pelo Governo Federal.

A proposta foca na inclusão socioeconômica de grupos em situação de vulnerabilidade, como pessoas com deficiência, mulheres, jovens, negros, povos tradicionais e ribeirinhos. O objetivo é promover oportunidades para que esses públicos tenham condições de empreender e gerar renda própria, com apoio técnico e financeiro.

Microcrédito para públicos vulneráveis será priorizado

O Acredita no Primeiro Passo atuará com foco em territórios de alta vulnerabilidade social. A execução ficará sob responsabilidade da União, mas estados, municípios, o Distrito Federal, organizações da sociedade civil e instituições públicas ou privadas poderão aderir ao programa.

A regulamentação estabelece que a oferta de microcrédito se dará com recursos dos Fundos Constitucionais de Financiamento das regiões Centro-Oeste (FCO), Nordeste (FNE) e Norte (FNO), além do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). O apoio operacional caberá à Secretaria de Inclusão Socioeconômica do MDS, responsável por monitorar e coordenar as ações do programa.

Segundo a portaria, será possível firmar convênios, contratos, acordos de cooperação e outros instrumentos legais entre os entes federativos e instituições executoras para viabilizar a operacionalização do microcrédito.

Formalização como MEI é permitida para beneficiários do Bolsa Família

Um dos pilares do programa é a possibilidade de formalização como microempreendedor individual (MEI) para pessoas registradas no CadÚnico, inclusive beneficiárias do programa Bolsa Família. A adesão ao MEI não exclui automaticamente o direito ao benefício.

Caso a renda familiar per capita ultrapasse os R$ 218 mensais, mas permaneça abaixo de meio salário mínimo (R$ 759), o beneficiário passa a receber 50% do valor do benefício por até dois anos. Essa medida, conhecida como Regra de Proteção, visa estimular a inserção produtiva sem comprometer a segurança de renda das famílias mais pobres.

Se, no entanto, a renda ultrapassar o teto de meio salário mínimo por pessoa, o benefício do Bolsa Família será cancelado.

Apoio do Sebrae e linhas de crédito para pequenos negócios

O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) é uma das entidades parceiras na implementação do Programa Acredita. Por meio do Fundo de Aval para a Micro e Pequena Empresa (Fampe), cerca de 30 instituições financeiras poderão oferecer crédito com condições diferenciadas para pequenos negócios.

A expectativa é que, nos próximos três anos, R$ 30 bilhões em crédito sejam garantidos via operações com aval do Fampe. O Sebrae também atuará na capacitação de empreendedores, auxiliando na elaboração de planos de negócio e na educação financeira.

“Agora, com o Acredita no Primeiro Passo, avançamos ainda mais, possibilitando que essas pessoas possam sonhar, investir em seu próprio negócio e serem donas do seu futuro”, afirmou o presidente do Sebrae, Décio Lima, ao comentar a regulamentação da portaria.

Programa Acredita: estratégia nacional para ampliar acesso ao crédito

O Acredita no Primeiro Passo integra a política pública mais ampla do Governo Federal chamada Programa Acredita. A iniciativa busca criar um ambiente mais favorável ao acesso ao crédito produtivo e orientado, especialmente para grupos historicamente excluídos do sistema financeiro tradicional.

Além do microcrédito para pessoas físicas de baixa renda, o Programa Acredita prevê incentivos fiscais e financeiros para micro e pequenas empresas, cooperativas de crédito e fintechs sociais. A medida também articula ações interministeriais para promover educação empreendedora, inclusão digital e apoio técnico aos empreendedores.

Segundo dados do Sebrae, mais de 70% dos pequenos empreendedores enfrentam dificuldades para obter financiamento, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. A expectativa do governo é que, com o novo programa, esses entraves sejam reduzidos significativamente.

Impacto esperado no setor contábil e nas administrações municipais

A formalização de novos MEIs e a ampliação do acesso ao crédito em regiões vulneráveis podem gerar efeitos diretos no trabalho dos profissionais da contabilidade. A demanda por orientações fiscais, contábeis e de regularização tende a aumentar com a entrada de novos empreendedores no mercado formal.

Além disso, gestores municipais também terão papel estratégico no apoio à implementação do programa em nível local. Por meio da adesão ao Acredita no Primeiro Passo, os municípios poderão fomentar o empreendedorismo em suas regiões e estimular o desenvolvimento econômico de populações mais carentes.

A participação dos entes federativos, conforme definido na portaria, será opcional, mas incentivada por meio de acordos de cooperação e transferências de recursos, o que exige atenção por parte dos responsáveis pelas finanças públicas locais.

Próximos passos e acompanhamento

A operacionalização do programa exigirá a apresentação periódica de relatórios por parte das instituições envolvidas. A Secretaria de Inclusão Socioeconômica poderá solicitar dados, resultados e informações técnicas para acompanhamento das ações e avaliação de impacto social.

Para os profissionais da contabilidade que atendem microempreendedores e gestores públicos, acompanhar a evolução do Programa Acredita será fundamental para orientar seus clientes, planejar ações e entender as oportunidades abertas com a regulamentação da nova política de microcrédito.

Com informações adaptadas da Agência Sebrae de Notícias

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