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POLÍTICA ECONÔMICA

Isenção do Imposto de Renda divide opiniões no Congresso

Congresso está dividido: maioria vê como insuficiente a compensação via tributação de altas rendas para isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil mensais.

16/05/2025 16:00

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Proposta de isenção do IR enfrenta resistência no Congresso

Isenção do Imposto de Renda divide opiniões no Congresso Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Ranking dos Políticos revelou que 52,3% dos deputados federais e 50% dos senadores acreditam que a proposta do governo federal de tributar altas rendas não é suficiente para compensar a isenção do Imposto de Renda para contribuintes que ganham até R$ 5 mil por mês.

A medida, principal agenda econômica do governo Lula até 2026, prevê isenção total para rendas de até R$ 5 mil e redução parcial para quem recebe até R$ 7 mil mensais. Para equilibrar a perda de arrecadação estimada em R$ 25,84 bilhões, o governo propõe tributar com alíquotas de até 10% os contribuintes com rendimentos mensais acima de R$ 50 mil.

Parlamentares questionam compensação proposta

Realizada entre 15 e 28 de abril com 111 deputados e 28 senadores, a pesquisa mostra que apenas 33,3% da Câmara e 35,7% do Senado consideram a proposta suficiente. Outros 14,4% dos deputados e 14,3% dos senadores não souberam opinar.

Para Luan Sperandio, diretor do Instituto Ranking dos Políticos, “há grande ceticismo entre os parlamentares quanto à viabilidade fiscal da proposta”. A expectativa é de que o texto seja modificado com a inclusão de novas medidas de compensação.

Debate sobre possível bitributação

O levantamento também revelou que 50,5% dos deputados e 46,4% dos senadores enxergam risco de bitributação para acionistas. Isso porque os lucros já seriam tributados nas empresas e, depois, novamente ao serem distribuídos aos sócios.

O governo rejeita essa interpretação. Segundo a equipe econômica, se a empresa recolher a alíquota cheia de 34%, os dividendos estarão isentos. A tributação só ocorreria quando a alíquota efetiva da empresa for inferior, atingindo acionistas com alta renda.

Empresariado pressiona por mudanças

Frentes parlamentares e entidades empresariais têm atuado para alterar o projeto. Uma das propostas é substituir a taxação de rendas elevadas por um gatilho que exija corte de gastos ou subsídios tributários como forma de compensação fiscal.

A Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca), que representa grandes empresas, também se posicionou contra a obrigatoriedade de retenção do imposto sobre dividendos por parte das companhias.

Arthur Lira será o relator do projeto na Câmara

O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), será o relator da proposta. Ele tem indicado disposição para revisar pontos da proposta, incluindo a alíquota para altas rendas e a compensação a Estados e municípios.

Uma das alternativas em avaliação, sugerida pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI), é o aumento da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) incidente sobre os grandes bancos.

Clima de incerteza às vésperas do ano eleitoral

Apesar de haver consenso sobre a necessidade de ampliar a faixa de isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil, parlamentares divergem sobre os meios de compensar a perda de receita. A proximidade do ano eleitoral e a ausência de base sólida de apoio ao governo dificultam a tramitação do texto.

Congressistas também questionam os cálculos apresentados pela equipe econômica e demandam alternativas mais robustas de compensação para garantir equilíbrio fiscal.

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