O conflito tarifário entre EUA e China, reativado em 2025 com tarifas que ultrapassam 145%, não é apenas uma guerra comercial — é um terremoto que abala mercados, moedas e commodities. Para traders, a volatilidade gerada por esse embate cria oportunidades únicas, mas exige uma bússola precisa. Vamos mostrar como 10 indicadores essenciais podem te ajudar a navegar nesse cenário, combinando dados macroeconômicos, geopolítica e psicologia de mercado.
1. Balança comercial bilateral: O termômetro da guerra
A balança comercial entre EUA e China é o núcleo do conflito. Em 2024, o déficit americano caiu para US$ 295 bilhões, ante US$ 420 bilhões em 2018, pressionando Pequim a buscar novos mercados. Traders devem monitorar relatórios mensais de governos e bancos centreais focando em setores-alvo das tarifas, como semicondutores e aço.
Foto de Tom Fisk
Uma queda nas exportações chinesas para os EUA abaixo de US$ 35 bilhões/mês (patamar de 2024) sinaliza escalada, impactando pares como USD/CNH e índices de commodities.
2. Índices de produção industrial chinesa: a saúde da fábrica global
A China responde por 28% da produção industrial mundial, segundo o FMI. Seu Índice PMI (Purchasing Managers’ Index), divulgado mensalmente, revela a demanda por matérias-primas. Em abril de 2025, um PMI abaixo de 48 (contra 50,8 em 2023) indicou contração, derrubando o preço do cobre — commodity crucial para infraestrutura — em 9%. Traders de CFDs vinculados a metais usam esse dado para antecipar movimentos no petróleo, já que menor atividade industrial reduz consumo de energia.
3. Inflação nos EUA: o dilema do Federal Reserve
A inflação americana, medida pelo CPI (Consumer Price Index), direciona as taxas de juros do Fed. Em 2025, o cenário é de inflação alta, impulsionada pelo aumento de tarifas de Donald Trump. Caso a leitura seja acima da meta, o Banco Central americano (FED) será obrigado a manter juros altos ou até mesmo aumentar a taxa para controlar a disparada da inflação. Isso pode impactar diretamente no preço do dólar.
4. Reservas cambiais chinesas: o escudo do yuan
As reservas internacionais da China, publicadas pelo Banco Popular da China, são uma defesa contra a desvalorização do yuan. Em meio a guerra tarifária com os Estados Unidos, a China será obrigada a usar parte das suas reservas para continuar no jogo do comércio global. Acompanhar os níveis da reserva é uma excelente estratégia para descobrir o momento certo para apostar contra ou favor do dólar.
5. Preço do minério de ferro: o sangue da economia chinesa
A China importa 70% do minério de ferro global, principalmente do Brasil e Austrália. Com as restrições impostos a outros países, o aço pode fluir com mais força para o gigante asiático. Com isso, a busca por aço nos Estados Unidos pode se tornar ainda mais difícil, impactando diretamente no preço do produto. Acompanhar as notícias relacionadas ao comércio de aço é um outro indicador importante para os traders.
6. Atividade portuária global: o pulso do comércio
Outro indicador importante são os dados de movimentação em portos, muitos dos quais disponíveis na internet, que podem revelar gargalos logísticos. No final de 2024, greves no Porto de Oakland reduziram exportações agrícolas dos EUA para a China em 18%, elevando os preços da soja em contratos futuros. Por isso, cada vez mais os índices de transportes têm se tornado um indicador importante para traders.
7. Petróleo como arma de guerra: a geopolítica do barril
A guerra tarifária atual é também uma guerra sobre energia. A China avança rapidamente nas políticas em torno do desenvolvimento de energias limpas, para despoluir o país. Se tiver exito e superar os EUA, a tendência é que o petróleo perca valor. No entanto, caso os EUA decidam reindustrializar o país novamente, isso vai demandar petróleo, o que pode fazer efeito inverso e aumentar os preços dos barris.
8. Índice de medo (VIX): a psicologia do mercado
O VIX, conhecido como "índice do medo", tem atingido marcas históricas, superiores ao período da pandemia, refletindo pânico em ações de empresas expostas à China, como Apple e Tesla. Mesmo assim, os traders não deixam de lucrar. Isso porque o mercado oferece CFDs em índices (ex: S&P 500) que podem ser utilizados para hedge do VIX. Assim, quando o índice sobe, posições short em futuros do Nasdaq protegem contra quedas.
9. Acordos comerciais parciais: a arte do headline trading
Declarações de autoridades em fóruns como a OMC (Organização Mundial do Comércio) geram movimentos bruscos. Por exemplo, um tweet de Trump mencionando "progresso nas conversas" de negociação com a China impacta diretamente no preço do dólar americano. Acompanhar as negociações entre países de perto é crucial para sua estratégia de trading.
10. Fluxos de capital em ETFs: o dinheiro fala mais alto
Acompanhar o fluxo de capital dos ETFs é um indicativo extremamente importante para conseguir saber para qual caminho seguir. Um fluxo de saída indica que o mercado está olhando com aversão de risco para esses ativos. Por outro lado, um fluxo de entrada indica que o mercado vai expor mais capital a esse tipo de ativo.
Conclusão: entre dados e instinto
Lucrar com o conflito de 2025 exige mais que análise técnica: é uma dança entre números frios e calor geopolítico. Dominar indicadores como reservas cambiais chinesas ou estoques de petróleo da OPEP+ permite antecipar crises, mas a gestão de risco — limitando alavancagem e usando stop-loss — é o que separa sobreviventes de estatísticas.
Em meio ao conflito, possuir as ferramentas adequadas, como as fornecidas pela EasyMarkets que oferecem a infraestrutura necessária, é crucial para obter bons resultados, mas a estratégia final reside na capacidade de ler entrelinhas em relatórios e manchetes. Em um mundo onde um tweet pode valer US$ 100 milhões, a única certeza é a incerteza.