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TECNOLOGIA

Câmara debate nesta terça-feira (20) regulamentação da inteligência artificial no Brasil

Comissão especial analisará proposta que regula a inteligência artificial no Brasil, define riscos, prevê punições e garante direitos autorais e transparência.

20/05/2025 16:00

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Câmara debate regulamentação da inteligência artificial no Brasil

Câmara debate nesta terça-feira (20) regulamentação da inteligência artificial no Brasil

A Câmara dos Deputados instalou nesta terça-feira (20) a comissão especial que analisará o projeto de regulamentação da inteligência artificial no Brasil. A proposta, aprovada pelo Senado em 2023, foi apresentada pelo então presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), com base em sugestões de especialistas.

O texto cria o Sistema Nacional de Regulação e Governança de Inteligência Artificial (SIA), coordenado pela Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) e composto por outros órgãos do Executivo a serem definidos futuramente. O SIA será responsável por estabelecer regras adicionais e fiscalizar o uso de sistemas de IA.

Sanções para descumprimento das regras

O projeto prevê punições para empresas e entidades que descumprirem a regulamentação. Entre as sanções possíveis estão:

  • Advertência formal;
  • Multa de até R$ 50 milhões ou 2% do faturamento bruto anual;
  • Suspensão do sistema de IA;
  • Proibição de uso de determinadas bases de dados.

As penalidades serão aplicadas de acordo com a gravidade da infração e o porte da empresa ou instituição envolvida.

Sistemas de IA: definição de riscos

Alto risco

O texto classifica como sistemas de alto risco aqueles aplicados em:

  • Seleção de estudantes;
  • Recrutamento e seleção para emprego;
  • Concessão de serviços públicos;
  • Gestão migratória;
  • Atendimento de emergências (bombeiros, saúde, etc.);
  • Veículos autônomos;
  • Reconhecimento biométrico e emocional.

Empresas que desenvolvem ou utilizam essas soluções deverão realizar testes de segurança, mitigar vieses discriminatórios e elaborar relatórios de impacto. Órgãos públicos que usarem IA precisarão garantir o direito à explicação e revisão humana de decisões automatizadas.

Risco excessivo (tecnologias proibidas)

O projeto também proíbe o uso de determinadas tecnologias, consideradas de risco excessivo, como:

  • Sistemas de armas autônomas;
  • Classificação ou ranqueamento de pessoas por dados pessoais;
  • Ferramentas que avaliem probabilidade de cometimento de crimes.

Redes sociais e liberdade de expressão

Os algoritmos utilizados por redes sociais para moderação ou recomendação de conteúdo foram excluídos da lista de sistemas de alto risco. O texto prevê que a regulação desses mecanismos será tratada em outro projeto de lei, visando garantir a liberdade de expressão.

Direitos autorais e transparência no uso de conteúdo

A proposta também determina regras para o uso de obras protegidas por direitos autorais no treinamento de sistemas de IA. As empresas deverão:

  • Remunerar os titulares das obras utilizadas;
  • Basear o cálculo em princípios de razoabilidade e proporcionalidade;
  • Considerar o porte da empresa e o impacto concorrencial;
  • Divulgar publicamente os materiais usados no treinamento.

Impacto para empresas e profissionais

A regulamentação da inteligência artificial impactará diretamente:

  • Empresas de tecnologia que desenvolvem soluções com IA;
  • Empresas usuárias em áreas como RH, atendimento e análise de dados;
  • Profissionais de TI, jurídico, contábil e compliance que devem garantir a adequação às regras;
  • Setores criativos e titulares de direitos autorais.

O projeto exige mais transparência, segurança e rastreabilidade no uso de algoritmos, promovendo um ecossistema ético e responsável de inovação.

Tramitação e próximos passos

A comissão especial analisará o conteúdo da proposta e poderá sugerir emendas. Após aprovação no colegiado, o texto seguirá para votação no plenário da Câmara dos Deputados. Se houver mudanças, retornará ao Senado.

O avanço da regulamentação da inteligência artificial no Brasil representa um passo importante rumo à criação de um ambiente seguro e confiável para o desenvolvimento tecnológico. A proposta concilia inovação com proteção de direitos fundamentais, transparência e responsabilidade social.

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