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TECNOLOGIA

Saiba quais as três áreas que não devem ser ocupadas pela IA, segundo Bill Gates

Segundo Bill Gates, biologia, programação e energia seguirão exigindo humanos, mesmo com a expansão da inteligência artificial nos próximos 10 anos.

08/06/2025 10:00

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Bill Gates lista 3 áreas que a IA não deve substituir

Saiba quais as três áreas que não devem ser ocupadas pela IA, segundo Bill Gates

O avanço da inteligência artificial (IA) tem transformado profundamente o mercado de trabalho, impactando setores variados como medicina, finanças, educação, agricultura e indústria. Entretanto, segundo Bill Gates, cofundador da Microsoft, existem áreas que deverão permanecer sob controle humano nas próximas décadas, mesmo diante do crescimento exponencial da tecnologia.

Em entrevista concedida ao apresentador Jimmy Fallon no programa "The Tonight Show Starring", em março de 2024, Gates destacou as profissões que, na sua visão, continuarão sendo essenciais e insubstituíveis pela inteligência artificial. Segundo o empresário, apesar de a IA ser capaz de automatizar tarefas repetitivas, analisar grandes volumes de dados e até mesmo apoiar processos decisórios, há limitações intransponíveis em determinadas áreas de atuação humana.

Biologia: ciência que exige pensamento crítico e criatividade

Para Bill Gates, a biologia seguirá altamente dependente de habilidades humanas, devido à complexidade inerente ao desenvolvimento científico e às descobertas médicas. Embora a IA possa processar dados genéticos, clínicos e laboratoriais em alta velocidade, a formulação de hipóteses, a interpretação crítica dos resultados e a realização de experimentos inovadores ainda são competências essencialmente humanas.

“A descoberta científica requer a mente humana e a intuição. A IA pode sugerir teorias, mas são os cientistas que conduzem os testes, questionam os métodos e avaliam os riscos”, afirmou Gates. O magnata enfatizou que a IA não possui criatividade nem senso contextual para compreender todas as variáveis envolvidas em pesquisas biológicas e médicas.

Além disso, a biologia lida frequentemente com contextos imprevisíveis, nos quais a interpretação de dados requer sensibilidade, julgamento ético e adaptação constante — capacidades que os algoritmos atuais não conseguem replicar plenamente.

Programação: desenvolvedores serão indispensáveis para criar a própria IA

A área de desenvolvimento de software, segundo Gates, continuará sendo central para o avanço da própria inteligência artificial. Embora algumas ferramentas de IA já sejam capazes de gerar trechos de código, auxiliar em testes e sugerir otimizações, ainda não possuem autonomia completa para criar, supervisionar ou escalar sistemas complexos com segurança e visão estratégica.

“Ela pode apoiar o desenvolvimento de software e a criação de sistemas complexos ou inovadores, mas ainda exigirá conhecimento humano e adaptabilidade”, pontuou o empresário. Sistemas de IA operam com base em padrões de dados históricos, mas carecem da compreensão profunda da experiência do usuário, das necessidades de negócios e da visão de produto — aspectos essenciais no desenvolvimento de soluções robustas e eficientes.

Adicionalmente, o próprio funcionamento seguro da IA exige que especialistas em programação monitorem constantemente sua atuação, realizem auditorias de código e promovam atualizações corretivas, prevenindo falhas graves que poderiam comprometer sistemas inteiros.

Energia: área estratégica com forte necessidade de controle humano

Outro setor que, de acordo com Bill Gates, permanecerá essencialmente humano nas próximas décadas é o setor de energia. A gestão de fontes energéticas — como usinas nucleares, hidrelétricas e redes elétricas inteligentes — envolve decisões críticas, muitas vezes relacionadas à segurança pública e à estabilidade de infraestruturas nacionais.

Embora a IA possa auxiliar no monitoramento de consumo, previsão de demanda e análise de eficiência energética, a responsabilidade final sobre as decisões operacionais ainda exige julgamento humano, segundo Gates. “Existem riscos na forma como gerencia o fluxo e a demanda, e falta pensamento crítico em relação às necessidades da população”, destacou o empresário.

Ele aponta ainda que a transição energética, especialmente diante das mudanças climáticas e da integração de fontes renováveis, exigirá profissionais altamente capacitados para formular políticas, gerenciar riscos e implementar soluções seguras, algo que os algoritmos ainda não conseguem realizar integralmente.

Outras atividades que a IA dificilmente substituirá

Durante a entrevista, Gates também fez um comentário bem-humorado sobre áreas de atividade humana que permanecerão inalteradas: “Assim como o beisebol, não vamos querer assistir computadores jogando beisebol. Haverá coisas que guardaremos para nós mesmos.”

Esse exemplo reforça que, mesmo com o avanço da automação, há um componente cultural, social e humano que deve manter certas atividades como exclusivas das pessoas.

Transformação ampla do mercado de trabalho

Apesar das ressalvas em relação a essas três áreas, Bill Gates reconheceu que, nos próximos dez anos, a inteligência artificial poderá substituir ou transformar profundamente diversas funções em setores como:

  • Educação;
  • Medicina;
  • Agricultura;
  • Serviços administrativos e operacionais;
  • Atendimento ao cliente.

Na visão do empresário, a IA tem o potencial de aumentar a qualidade de vida global, desde que seu uso seja conduzido com responsabilidade, critérios éticos e políticas públicas que promovam a requalificação da força de trabalho.

Impactos para profissionais e empresas

Para o setor contábil, jurídico e de negócios, as declarações de Gates servem como alerta estratégico. Profissionais que atuam nessas áreas devem observar o movimento de transformação digital e, ao mesmo tempo, fortalecer habilidades humanas que permanecerão relevantes, como:

  • Capacidade analítica;
  • Interpretação de dados complexos;
  • Tomada de decisão em cenários de risco;
  • Atuação ética e responsável na governança corporativa;
  • Visão interdisciplinar e adaptabilidade.

Empresas e escritórios de contabilidade também devem se preparar para a adoção da IA em tarefas operacionais, mas manterão a necessidade de profissionais qualificados para interpretar resultados, avaliar riscos tributários e prestar consultoria estratégica.

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