Clientes da Caixa Econômica Federal relataram dificuldades para concluir transferências via Pix desde o último domingo (15). De acordo com as reclamações, as transações foram debitadas das contas, mas não foram efetivadas ou estornadas até o início da tarde desta segunda-feira (16).
As falhas no Pix da Caixa causaram transtornos a usuários em diferentes regiões do país, que utilizaram as redes sociais para reclamar do problema e exigir soluções do banco. O incidente gerou um volume elevado de notificações na plataforma Downdetector, que monitora a estabilidade de serviços online.
O problema com o Pix da Caixa começou quando diversos clientes relataram dificuldades para completar transferências. Segundo as queixas, o valor das operações foi debitado imediatamente, mas o crédito não chegou às contas de destino.
Na manhã desta segunda-feira (16), os relatos continuaram e apontavam que, mesmo após várias horas, os valores não haviam sido devolvidos às contas de origem.
Uma cliente, por meio da rede social X (antigo Twitter), cobrou a devolução do valor e afirmou que a transação foi rejeitada no domingo sem qualquer estorno.
"Alô, Caixa, vai devolver o dinheiro do meu Pix que foi rejeitado ontem de manhã quando, hein? Quero com juros, ok?", publicou.
Dados da plataforma Downdetector, que monitora falhas em serviços digitais, confirmam que as reclamações sobre o Pix da Caixa se intensificaram a partir do início da tarde desta segunda-feira (16). Por volta das 12h30, foram registrados cerca de 250 relatos simultâneos de instabilidade relacionados ao banco.
O aumento das notificações indica que o problema persistiu por várias horas após o início das falhas, afetando especialmente transferências realizadas no domingo, que não foram compensadas ou estornadas automaticamente.
Caixa confirma instabilidade no Pix
Procurada para comentar o ocorrido, a Caixa informou que alguns de seus aplicativos passaram por instabilidade no domingo (15), o que afetou os serviços do Pix. Em nota, o banco garantiu que "os serviços foram restabelecidos e estão operando normalmente".
A instituição acrescentou que "eventuais pendências de transações serão regularizadas", sem detalhar prazos para a conclusão dos estornos ou compensações das operações afetadas.
Banco Central monitora transações do Pix
O sistema de pagamentos instantâneos PIX, regulamentado pelo Banco Central do Brasil (BCB), foi criado para oferecer transferências financeiras em tempo real, com prazo máximo de conclusão de até dez segundos em condições normais de operação.
Segundo as regras do BC, as instituições participantes devem garantir a segurança e a continuidade do serviço. Em casos de falha, as transações não concluídas devem ser estornadas automaticamente.
De acordo com a autarquia, o monitoramento do Pix é realizado em tempo integral e eventuais falhas devem ser comunicadas pelas instituições financeiras. Quando ocorrem instabilidades, as operações pendentes devem ser regularizadas pelas próprias instituições em prazos compatíveis com os regulamentos do sistema.
O que fazer se o Pix não for concluído
Quando uma transferência via Pix apresenta falhas, o cliente deve adotar os seguintes procedimentos:
- Verificar no extrato bancário se o valor foi debitado;
- Consultar se a transação consta como concluída ou pendente;
- Registrar a reclamação diretamente no banco, preferencialmente pelos canais oficiais de atendimento;
- Acompanhar o andamento da solicitação até a regularização da operação.
Se o problema não for resolvido, o cliente pode registrar reclamação no Banco Central por meio do site oficial ou aplicativo, além de utilizar plataformas como o Procon para buscar a solução do caso.
Impacto para empresas e profissionais da contabilidade
As falhas no Pix da Caixa podem gerar impactos relevantes para empresas que utilizam o sistema para pagamento de fornecedores, quitação de boletos e recebimento de clientes.
Situações como essa podem prejudicar o fluxo de caixa de pequenas e médias empresas, além de comprometer o cumprimento de obrigações financeiras em tempo hábil.
Profissionais da contabilidade devem orientar seus clientes a:
- Monitorar as transações realizadas no período da instabilidade;Registrar protocolos de atendimento junto ao banco;
- Avaliar o impacto das falhas sobre os prazos fiscais e trabalhistas;
- Organizar documentação que comprove a tentativa de pagamento.
Em casos em que a falha comprometa pagamentos obrigatórios, é recomendável consultar a possibilidade de prorrogação de prazos junto aos fornecedores ou órgãos competentes, apresentando os comprovantes das falhas do sistema bancário.
Histórico de instabilidades no Pix
Embora o Pix seja amplamente reconhecido por sua eficiência e rapidez, eventuais instabilidades em bancos específicos ainda ocorrem. Desde sua criação em 2020, o Banco Central já registrou falhas pontuais em diferentes instituições financeiras, especialmente em períodos de alta demanda.
A Caixa Econômica Federal já enfrentou episódios anteriores de instabilidade em seus aplicativos, incluindo dificuldades no acesso ao Caixa Tem e em operações com benefícios sociais.
A ocorrência desta segunda-feira se soma a outros registros recentes de falhas no sistema Pix, que continuam exigindo investimentos constantes das instituições financeiras em infraestrutura tecnológica para garantir a continuidade do serviço.
Conclusão e próximos passos
A Caixa afirmou que os serviços foram normalizados, mas não informou um prazo específico para a compensação das transações pendentes. Os clientes afetados devem continuar acompanhando suas movimentações financeiras e entrar em contato com o banco caso os valores não sejam regularizados.
O incidente reforça a importância de a Caixa aprimorar a estabilidade de seus sistemas digitais, especialmente em operações críticas como o Pix, que já se consolidou como um dos principais meios de pagamento no Brasil.
Com informações adaptadas do g1 Economia