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MERCADO DE TRABALHO

Geração Alpha já está entrando no mercado de trabalho; o que esperar desses profissionais?

Nova geração inicia participação no mercado com perfil digital, colaborativo e socialmente engajado.

29/06/2025 11:00

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Geração Alpha ingressa no mercado de trabalho: o que esperar?

Geração Alpha já está entrando no mercado de trabalho; o que esperar desses profissionais?

A geração Alpha, composta por jovens nascidos a partir de 2010, já pode ingressar formalmente no mercado de trabalho brasileiro. A legislação permite que adolescentes a partir de 14 anos sejam contratados como aprendizes, com carga horária de até seis horas por dia, desde que conciliem as atividades com os estudos. Com isso, desde 2024, surgem os primeiros registros dessa nova geração em ambientes corporativos.

Empresas que já apostam na contratação de jovens aprendizes relatam experiências positivas. É o caso da empresária Katia Machado, da Nautiluz, que contratou dois profissionais da geração Alpha para atividades de apoio administrativo. “Aprendem rápido e demonstram muito interesse em crescer na empresa”, afirma.

A entrada desses jovens representa não apenas a chegada de uma nova força de trabalho, mas também o início de um cenário inédito: cinco gerações convivendo simultaneamente no mercado profissional.

As cinco gerações no ambiente corporativo em 2025

Segundo o sócio-diretor da FairJob, Fernando Brancaccio, o mercado de trabalho brasileiro passa a reunir em 2025 as seguintes gerações:

  • Baby Boomers (1946–1964): leais, resistentes a mudanças e acostumados com estruturas hierárquicas;
  • Geração X (1965–1978): adaptável, com comunicação informal e desconfiança da autoridade;
  • Millennials (1979–1990): conectados, buscam propósito e desenvolvimento pessoal;
  • Geração Z (1991–2010): nativos digitais, multitarefa, desejam autonomia e flexibilidade;
  • Geração Alpha (a partir de 2010): hiperconectados, socialmente engajados e com alto domínio tecnológico.

A chegada da geração Alpha no mercado de trabalho promete intensificar mudanças já iniciadas pela geração Z, principalmente em relação ao uso da tecnologia, à valorização da diversidade e à busca por ambientes mais colaborativos e inclusivos.

Perfil da geração Alpha: tecnologia, propósito e agilidade

Especialistas apontam que a geração Alpha será marcada por características únicas. Segundo o pesquisador Joaquim Santini, com passagens por Harvard, Unicamp e Insead, os jovens dessa geração combinam inteligência emocional, pensamento crítico e habilidades digitais com um forte senso de justiça social.

Pesquisas da McCrindle Research e do World Economic Forum indicam que essa geração é moldada por uma educação digitalizada e por um ambiente altamente tecnológico. Entre os principais traços, destacam-se:

  • Alta capacidade de aprendizagem autônoma;
  • Adaptação a tecnologias emergentes, como inteligência artificial, realidade aumentada e big data;
  • Maior sensibilidade a temas como diversidade, inclusão e sustentabilidade.

Diferenças entre geração Z e geração Alpha

Embora ambas sejam nativas digitais, existem diferenças importantes entre a geração Z e a Alpha. A primeira cresceu com o avanço da internet e dos smartphones. Já a segunda nasceu em um mundo totalmente conectado, onde tecnologias como IoT (Internet das Coisas), assistentes de voz e realidade aumentada são parte do cotidiano desde os primeiros anos de vida.

Estudos do Pew Research Center e da Deloitte apontam que:

  • A geração Z valoriza autonomia e flexibilidade, com 75% preferindo modelos de trabalho remoto;
  • A geração Alpha, embora mais jovem, tende a buscar empregos com propósito, bem-estar emocional e impacto social.

Segundo Santini, “os líderes do futuro precisarão entender que essa geração não será atraída apenas por salário, mas por ambientes éticos, tecnologicamente atualizados e emocionalmente seguros”.

Profissões promissoras para a geração Alpha

Com base em estudos da World Economic Forum, Stanford University e Harvard Business School, algumas áreas devem se destacar para os jovens da geração Alpha no futuro do trabalho:

▸ Tecnologia e Inovação

  • Desenvolvimento de Software
  • Inteligência Artificial e Machine Learning

▸ Sustentabilidade e Meio Ambiente

  • Engenharia Ambiental
  • Setores de energia renovável

▸ Saúde e Biotecnologia

  • Pesquisa em biotecnologia e genética (CRISPR, terapias genéticas)
  • Telemedicina

▸ Educação e Aprendizagem Contínua

  • Produção de conteúdo educacional digital
  • Consultoria em inovação pedagógica

▸ Marketing Digital e Mídias Sociais

  • Gestão de influenciadores e plataformas digitais
  • Criação de conteúdo multiplataforma

▸ Empreendedorismo e impacto social

  • Startups de inovação social e tecnologia verde

O domínio precoce da tecnologia e a exposição a temas ambientais e sociais tornam a geração Alpha especialmente apta a lidar com áreas interdisciplinares e profissões que exigem inovação, empatia e resolução de problemas complexos.

Desafios para as empresas que contratam a geração Alpha

Atrair e reter talentos da geração Alpha exigirá mudanças na cultura organizacional. Empresas terão de repensar a comunicação interna, os modelos de liderança e os pacotes de benefícios.

Segundo Fernando Brancaccio, “as lideranças precisarão adotar uma comunicação transparente, atualizada com tecnologias a serviço do humano, e dar atenção genuína ao bem-estar emocional dos colaboradores”.

Entre os pontos de atenção para gestores e contadores que lidam com políticas de RH, destacam-se:

  • Estruturação de programas de aprendizagem e desenvolvimento contínuo;
  • Incentivo à inclusão e valorização da diversidade geracional;
  • Adoção de tecnologias colaborativas e ambientes de trabalho híbridos ou remotos;
  • Apoio à saúde mental e à construção de propósito dentro da empresa.

Comunicação e liderança no futuro do trabalho

Para dialogar com a geração Alpha, as empresas precisarão se posicionar de maneira clara em temas como ética, sustentabilidade e equidade de gênero. Ambientes rígidos e hierarquizados tendem a ser rejeitados.

A liderança será mais horizontal, com foco em:

  • Mentoria e escuta ativa;
  • Feedback contínuo;
  • Apoio ao crescimento pessoal.

Brancaccio destaca: “É uma geração que quer ser ouvida desde cedo e participar das decisões. A escuta ativa será tão importante quanto o pacote de benefícios”.

A chegada da geração Alpha ao mercado de trabalho marca o início de uma nova era nas relações profissionais. Com competências digitais elevadas, engajamento social e uma nova forma de enxergar o trabalho, essa geração trará transformações profundas para empresas, gestores e profissionais de todas as idades.

O desafio será promover a convivência produtiva entre diferentes gerações, equilibrando experiência com inovação, e tradição com propósito. Para isso, será essencial repensar práticas de recrutamento, cultura organizacional e modelos de liderança.

Com informações adaptadas da Revista Exame

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