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ECONOMIA

Brasil tem 2º maior juro real do mundo após nova alta da Selic

Taxa real chega a 9,53% com Selic em 15% ao ano; ranking global mostra impacto da política monetária brasileira sobre o crédito e os investimentos.

26/06/2025 14:00

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Ranking mostra Brasil com 2º maior juro real do mundo

Brasil tem 2º maior juro real do mundo após nova alta da Selic

Com a nova elevação da taxa Selic para 15% ao ano, anunciada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, o Brasil passou a ocupar a segunda colocação no ranking de juros reais mais altos do mundo. Os dados foram compilados pelo economista Jason Vieira, da MoneYou, e revelam que o país só fica atrás da Turquia, cuja taxa real chega a 14,44%.

A taxa real é obtida ao descontar a inflação da taxa nominal de juros, refletindo com mais precisão o custo efetivo do crédito ou o retorno líquido dos investimentos. No caso brasileiro, o juro real atingiu 9,53%, reforçando o peso da política monetária sobre a economia, especialmente em setores como crédito, consumo e investimentos produtivos.

A Rússia aparece na terceira posição, com taxa real de 7,63%. Já a Holanda apresenta o menor juro real do ranking, com -3,24%. O levantamento considera 40 países com dados comparáveis e atualizados.

Impactos para empresas e investidores

O elevado juro real tem implicações significativas para o ambiente de negócios no país. Para empresas, o aumento do custo de capital impacta diretamente na tomada de crédito, no planejamento de expansão e na avaliação de investimentos. Para os investidores, por outro lado, o cenário favorece aplicações de renda fixa, que oferecem rentabilidade elevada em termos reais.

Com sete altas consecutivas na Selic, o movimento do Banco Central visa conter a inflação, mas acende o alerta em relação ao crescimento econômico e à sustentabilidade do consumo, especialmente entre pequenas e médias empresas que dependem do crédito bancário.

Ranking global: Brasil sobe uma posição

A elevação da Selic posicionou o Brasil acima da Rússia e consolidou o país como um dos líderes mundiais em juro real. Confira os três primeiros colocados:

  1. Turquia – 14,44%
  2. Brasil – 9,53%
  3. Rússia – 7,63%
  4. Argentina 6,70%

Outros países latino-americanos também figuram nas primeiras posições: Argentina (6,70%), África do Sul (5,54%), México (3,75%) e Colômbia (3,69%).

Juros nominais: Brasil ocupa 4ª posição

Considerando apenas os juros nominais — ou seja, sem descontar a inflação — o Brasil permanece na quarta posição, com a taxa Selic a 15% ao ano. O ranking é liderado por:

  1. Turquia – 46%
  2. Argentina – 29%
  3. Rússia – 20%
  4. Brasil – 15%

A média global dos juros nominais, segundo o estudo, está em 5,94%.

Política monetária global desacelera

O estudo também revela que o movimento de aperto monetário está perdendo força no mundo. Entre os 165 países analisados, 66,67% mantiveram suas taxas de juros, 29,7% reduziram e apenas 2,42% elevaram.

Esse cenário global contrasta com a política monetária brasileira, que permanece agressiva no controle inflacionário. Para o economista Jason Vieira, “o mundo já começou a cortar juros, enquanto o Brasil segue aumentando, o que reforça ainda mais o diferencial de juros e o apelo da renda fixa nacional”.

Entenda a diferença entre juro real e juro nominal

  • Juro nominal: é a taxa básica definida pelo Banco Central — no Brasil, a Selic. Representa o custo “bruto” do dinheiro.
  • Juro real: desconta a inflação da taxa nominal, mostrando o “ganho” ou “custo” efetivo. Uma inflação mais alta reduz o juro real, e vice-versa.

Para contadores e consultores: atenção aos reflexos no planejamento

Profissionais da contabilidade e consultores financeiros devem considerar o atual cenário de juros altos na elaboração de planejamentos tributários, orçamentários e estratégicos. A elevação da Selic impacta diretamente:

  • No custo do capital de giro;
  • No cálculo de viabilidade de investimentos;
  • Na gestão de fluxo de caixa e estrutura de capital;
  • E na atratividade de alternativas de aplicação para excedentes de caixa.

Além disso, empresas que operam com contratos atrelados a índices financeiros devem redobrar a atenção aos reajustes automáticos com base na Selic.

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