Para lidar com níveis intensos de estresse e responsabilidade, CEOs das maiores empresas do mundo adotam rotinas nada convencionais. Embora pareçam excêntricos à primeira vista, esses hábitos revelam estratégias de produtividade, foco e inovação que podem inspirar empresários e contadores brasileiros a refletirem sobre seus próprios métodos de trabalho.
Acordar de madrugada para ter vantagem competitiva
Tim Cook (Apple), Richard Branson (Virgin) e Josh York (GymGuyz) têm um hábito em comum: acordam antes das 5h da manhã. York, por exemplo, levanta pontualmente às 3h29, toma banho gelado, treina por 90 minutos e finaliza com outro banho de gelo. Já Bob Iger (Disney) prefere iniciar o dia em uma sala escura, ouvindo suas próprias músicas com a TV no mudo, prática que considera sua hora mais criativa.
Meditação por 17 horas e cochilo no escritório
Jack Dorsey (Block) chega a meditar por 17 horas em retiros silenciosos. Robin Zeng (CATL) tira uma soneca no próprio escritório ao meio-dia. Gwyneth Paltrow (Goop) pratica meditação com os olhos abertos para manter o foco no cotidiano. Esses hábitos reforçam a importância da atenção plena no ambiente corporativo.
Criatividade exige pausa — e até devaneio
Jeff Bezos (Amazon) defende que a “invenção de verdade exige perambulação” e evita reuniões com tempo cronometrado, incentivando a mente a vagar. Tobias Lütke (Shopify) evita trabalhar após 17h30 e só ultrapassa esse limite “quando sente um desejo ardente” de continuar.
CEOs que dirigem para aprender com seus próprios serviços
David Risher (Lyft) e Dara Khosrowshahi (Uber) dirigem carros da própria empresa para entender a experiência dos motoristas. Khosrowshahi chegou a fazer dezenas de corridas sob o pseudônimo “Dave K” para vivenciar as dificuldades do dia a dia.
Ir ao mercado 14 vezes por semana: gestão de perto
Jason Buechel (Whole Foods) visita supermercados até 14 vezes por semana para observar produtos, testar receitas e conversar com especialistas. Já Bernard Arnault (LVMH) passa fins de semana visitando lojas como Louis Vuitton e Dior para sugerir melhorias.
A regra das “duas pizzas”, de Jeff Bezos
Para manter reuniões produtivas, Bezos segue uma regra simples: se duas pizzas não forem suficientes para alimentar todos os participantes da reunião, o grupo é grande demais. A lógica é reduzir o número de pessoas e garantir foco e agilidade nas decisões.
Dias temáticos, por Jack Dorsey
Dorsey, fundador do Twitter e da Square, divide sua semana por temas: segundas para gestão, terças para produto, quartas para marketing, e assim por diante. Essa estratégia ajuda a manter o foco e a reduzir a sobrecarga de decisões.
A simplicidade decisional de Barack Obama
Para evitar “fadiga de decisão”, Obama eliminou escolhas triviais: só usa ternos cinza ou azul e tem um sistema de respostas rápidas para memorandos. O objetivo é preservar energia mental para decisões realmente importantes.
Ritual noturno e foco familiar de Sheryl Sandberg
A COO do Facebook termina o expediente às 17h30 para jantar com os filhos. Ela também anota suas tarefas em um caderno comum e faz check-ins regulares com a equipe para acompanhar o clima emocional e profissional.
Intervalos de 5 minutos na agenda de Musk e Gates
Elon Musk e Bill Gates organizam suas agendas em blocos de cinco minutos. Essa segmentação extrema permite foco intenso em cada atividade e facilita a transição entre tarefas complexas.
Método científico de Angela Merkel
Merkel aplica sua formação em química nas decisões políticas: avalia dados, cria hipóteses e simula cenários antes de agir. Uma abordagem útil também no mundo dos negócios.
Caminhar para pensar, como Sundar Pichai
O CEO do Google caminha durante reuniões ou decisões estratégicas. Essa prática ajuda na clareza mental e incentiva insights criativos.
Rituais noturnos e disciplina de Mark Zuckerberg
Além de adotar “uniforme” diário para reduzir distrações, Zuckerberg faz questão de manter um ritual noturno com a filha, o que ajuda a criar equilíbrio emocional e foco.
Há aprendizado nas práticas pouco convencionais?
Embora essas rotinas possam parecer extremas ou até excêntricas, elas revelam a busca por equilíbrio, foco, criatividade e conexão com o negócio. Para contadores e empresários brasileiros, a lição é clara: o sucesso exige disciplina, autoconhecimento e abertura para testar novas abordagens — mesmo que fora do convencional.