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CIBERSEGURANÇA

Terceirizados podem ser porta de entrada para ataques cibernéticos em grandes empresas

Estudo mostra que apenas 5% das companhias no Brasil têm maturidade em cibersegurança; falhas em fornecedores elevam vulnerabilidade a ataques.

21/08/2025 14:30

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Terceirizados ampliam riscos de cibersegurança nas empresas

Terceirizados podem ser porta de entrada para ataques cibernéticos em grandes empresas

A crescente dependência de fornecedores, parceiros e prestadores de serviços tem ampliado os riscos de cibersegurança nas grandes empresas. Embora traga ganhos operacionais, essa prática expande a superfície de ataque e aumenta a vulnerabilidade a incidentes digitais.

Dados do Índice de Preparação para Cibersegurança 2025, elaborado pela Cisco, mostram que apenas 5% das companhias brasileiras possuem maturidade suficiente para enfrentar ameaças modernas. O levantamento também indica que mais de 30% já foram vítimas de ataques cibernéticos.

Caso recente acende alerta

Um ataque hacker registrado em junho contra uma empresa de tecnologia que presta serviços a bancos nacionais evidenciou os riscos da gestão inadequada de terceiros.

Embora o alvo direto tenha sido o prestador de serviços, o incidente teve potencial de atingir instituições financeiras de grande porte, revelando como vulnerabilidades externas podem desencadear efeitos sistêmicos no setor. A investigação segue sob responsabilidade da Polícia Federal.

Principais falhas na gestão de terceiros

Entre as falhas mais comuns no relacionamento com terceiros estão:

  • Uso de credenciais fracas ou compartilhadas;
  • Ausência de segmentação de rede;
  • Baixo nível de maturidade em políticas de segurança dos fornecedores;
  • Falta de monitoramento contínuo e auditorias regulares.

Esses fatores tornam a cadeia de suprimentos digitais um alvo prioritário para cibercriminosos.

Medidas recomendadas para reduzir riscos

Especialistas destacam que a mitigação de riscos exige abordagem estruturada, combinando tecnologia, governança e cultura organizacional.

Entre as ferramentas citadas como essenciais estão:

  • Gestão de Identidade e Acesso (IAM/PAM);
  • Plataformas de Governança, Risco e Compliance (GRC/TPRM);
  • Sistemas de detecção e resposta a incidentes (SIEM/SOAR);
  • Testes periódicos de vulnerabilidade;
  • Uso de blockchain para rastreabilidade.

Além disso, tecnologias de inteligência artificial e machine learning já são aplicadas na detecção de comportamentos anômalos e na automatização de respostas a incidentes.

Governança e contratos mais rígidos

A análise de riscos de fornecedores deve incluir a avaliação de sua maturidade em segurança da informação, histórico de incidentes e certificações reconhecidas. Também é recomendada a aplicação de questionários estruturados e a exigência de cláusulas contratuais específicas de segurança.

Essas práticas estão alinhadas às diretrizes do NIST CSF 2.0 e da ISO/IEC 27002:2022, que reforçam a necessidade de controles robustos ao longo de toda a cadeia de suprimentos.

Cultura de segurança compartilhada

A criação de uma cultura de segurança da informação entre empresas e fornecedores é considerada outro pilar estratégico.

Para isso, são sugeridas ações como:

  • Treinamentos periódicos de equipes;
  • Auditorias in loco em fornecedores críticos;
  • Fóruns de troca de informação sobre cibersegurança;
  • Definição clara de expectativas de conformidade.

Mais do que impor regras, especialistas defendem o envolvimento de terceiros na construção de uma rede digital resiliente.

Setores mais sensíveis a ataques

Áreas como financeiro, saúde, tecnologia, infraestrutura crítica e governo concentram os maiores riscos, devido à sensibilidade dos dados tratados e ao impacto potencial de falhas.

Nesses setores, a integração entre Segurança da Informação, Jurídico, Compras e Compliance é considerada fundamental para implementar processos padronizados e garantir respostas coordenadas diante de ameaças.

Relevância para negócios e contadores

Para contadores, auditores e gestores de risco, a atenção ao tema é estratégica. A ocorrência de incidentes cibernéticos pode gerar não apenas impactos operacionais, mas também consequências financeiras, fiscais e reputacionais para empresas e seus clientes.

A prevenção, portanto, deve ser vista como investimento em resiliência digital, e não apenas como obrigação da área de tecnologia.

A gestão de riscos envolvendo terceiros tornou-se um dos maiores desafios da cibersegurança corporativa. Em um cenário cada vez mais interconectado e regulado, antecipar ameaças e implementar governança robusta são medidas indispensáveis para proteger dados, processos e reputações.

Empresas que negligenciarem esse cuidado podem enfrentar não só perdas financeiras, mas também comprometimento da confiança de clientes e parceiros.

Com informações do Portal Dedução

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