A Nota Fiscal de Serviços Eletrônica (NFS-e) Nacional entra em vigor a partir de janeiro de 2026, mas alguns dos principais entes federativos devem manter sistemas próprios de emissão integrados ao padrão nacional, em vez de migrarem totalmente para o modelo unificado.
O cenário ocorre em meio a uma fila de cerca de 800 prefeituras interessadas em adotar o padrão nacional, segundo Vinicius Zucchini, CPO da ROIT. Ele destacou que há um trabalho conjunto da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) e da Receita Federal para incentivar a adesão. As informações são do Portal da Reforma Tributária.
O Distrito Federal, por exemplo, realiza ajustes no seu sistema de emissão da NFS-e para adequação às novas exigências trazidas pela Reforma Tributária, mas manterá o uso do emissor próprio, disponível no site iss.fazenda.df.gov.br. A Secretaria de Fazenda do DF informou que as alterações no modelo atual visam adaptar os campos e agrupamentos relacionados à tributação do IBS e da CBS, e que o novo layout entrará em vigor em janeiro de 2026.
Já o município de São Paulo mantém atualmente seu sistema próprio de NFS-e, o que não impede a integração e o compartilhamento de dados com o padrão nacional. A decisão reflete a complexidade técnica das capitais que já possuem sistemas consolidados, mas a expectativa é que haja interoperabilidade com o Ambiente de Dados Nacional (ADN), conforme diretrizes da Receita Federal.
Especialistas apontam que decisões como essas podem impactar o ritmo de adesão de outros municípios ao padrão nacional. A principal diferença entre o modelo paulista e a NFS-e Nacional está na estrutura e no fluxo de emissão. Enquanto São Paulo utiliza um web service próprio e simplificado, o padrão nacional segue o formato XML e o mesmo fluxo dos demais documentos fiscais eletrônicos (como NF-e e NFC-e).
Além disso, são dois ambientes distintos: São Paulo exige o uso do seu próprio sistema, mas compartilha informações com o ambiente nacional, permitindo a validação cruzada dos dados.
Adesão parcial até agosto
Até o início de agosto de 2025, mais de mil municípios haviam assinado o convênio de adesão à NFS-e Nacional, segundo dados divulgados por entidades setoriais. No entanto, uma parcela menor já efetivamente iniciou a emissão do documento fiscal, evidenciando o desafio da transição — especialmente entre as capitais, que concentram grande volume de serviços e já possuem sistemas estruturados.
Diferenças entre os sistemas
A principal divergência entre o modelo de São Paulo e o da NFS-e Nacional está na estrutura e no fluxo de emissão:
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São Paulo: utiliza web service próprio, com modelo simplificado;
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NFS-e Nacional: segue o formato XML, alinhado ao fluxo dos demais documentos fiscais eletrônicos, como NF-e e NFC-e.
Além disso, os ambientes são distintos. São Paulo mantém a obrigatoriedade do uso de seu sistema, mas compartilha dados com o Ambiente de Dados Nacional (ADN), permitindo a validação pelo sistema nacional.
A implementação da NFS-e Nacional representa um passo importante para a padronização dos documentos fiscais de serviços no Brasil. No entanto, a coexistência de sistemas próprios em grandes capitais, como São Paulo e o Distrito Federal, pode influenciar o ritmo de adoção do modelo nacional pelos demais municípios — embora todos devam estar adaptados ou integrados ao novo padrão a partir de 2026.












