A Inteligência Artificial (IA) deixou de ser apenas uma tendência para se tornar uma ferramenta indispensável no dia a dia dos escritórios contábeis. Mas, para que ela entregue resultados consistentes, não basta apenas “fazer perguntas rápidas”: é preciso treinar a IA como se fosse um colaborador recém-contratado.
Assim como um estagiário ou novo funcionário, o chatbot precisa de instruções claras, repetições e exemplos práticos para se tornar realmente útil no suporte a tarefas tributárias, fiscais e de gestão.
Treinar é insistir: não canse de ensinar
De acordo com especialistas em tecnologia, a qualidade das respostas da IA depende diretamente da forma como o usuário interage com ela. Isso significa que o contador deve alimentar a ferramenta com contexto, detalhar comandos e corrigir respostas inadequadas.
Quanto mais informações específicas você oferece — seja sobre legislação, rotinas internas ou necessidades de um cliente — mais personalizada será a atuação da IA.
Use a IA como apoio estratégico
No universo contábil, essa lógica é ainda mais importante. Ao tratar a IA como um “funcionário em treinamento”, o contador pode utilizá-la para:
- Simplificar normas tributárias complexas em checklists práticos;
- Simular análises de balanços com olhar crítico, como faria um auditor;
- Redigir comunicados e e-mails em tom adequado para diferentes clientes;
- Levantar perguntas estratégicas a partir de relatórios financeiros.
A ideia não é substituir o trabalho humano, mas potencializá-lo, reduzindo erros e otimizando tempo em tarefas operacionais. Mas isso também não quer dizer que ensinar a IA não tomará um pouco do seu tempo: ela não faz "mágica" e ela foi criada para gerar todo tipo de conteúdo para todo tipo de público. Sendo tão generalista, o contador ou empresário precisa ensinar a IA aos poucos sobre o que ele busca, objetivos, regras, normas, funções e mais. É preciso lapidar para ter resultados assertivos.
Constância é o segredo de bons prompts e bons resultados
Assim como no desenvolvimento de qualquer colaborador, consistência é fundamental. Se você abandona a IA ou não dá feedbacks, os resultados não evoluem. Ao contrário, quem a treina com frequência tende a construir um verdadeiro “braço direito digital” para a rotina do escritório.
Em resumo: não desista da IA nas primeiras tentativas. Ensine, ajuste e repita. Trate-a como um funcionário em período de adaptação e colha, no médio prazo, ganhos de produtividade, assertividade e valor agregado para seus clientes.