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TRIBUTAÇÃO

Brasil pode ter maior alta tributária no mundo até 2050 e ficar entre os 15 países mais tributados, avalia estudo

Estudo do Instituto Esfera projeta alta de 9,8 pontos percentuais na carga tributária brasileira até 2050, impulsionada pelo envelhecimento da população.

26/09/2025 11:00

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Brasil pode ter maior alta tributária no mundo até 2050

Brasil pode ter maior alta tributária no mundo até 2050 e ficar entre os 15 países mais tributados, avalia estudo

O Brasil deve registrar a maior elevação de carga tributária do planeta nas próximas duas décadas e meia. É o que mostra um estudo inédito do Instituto Esfera, elaborado pelo economista Pedro Nery em parceria com a Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química) e coordenado pelo diretor acadêmico do instituto, Fernando Meneguin. O relatório foi divulgado em 23 de setembro, em Brasília, na Casa ParlaMento.

Segundo a projeção, a carga brasileira, hoje em torno de 34% do PIB, pode chegar a 42,8% em 2050 — alta de 9,8 pontos percentuais. Nenhum outro país analisado deve registrar crescimento tão expressivo. O fator central é o envelhecimento da população: atualmente, só 10% dos brasileiros têm 65 anos ou mais, mas em 25 anos a proporção pode alcançar 1 em cada 4 habitantes.

O movimento pressiona gastos com previdência e saúde, aproximando o Brasil de uma estrutura de despesas típica de países ricos. Se o cenário se confirmar, o país terá carga semelhante à de Alemanha e Eslovênia, figurando entre as 15 nações mais tributadas do mundo.

Hoje, a soma da carga efetiva (34% do PIB) com os gastos tributários (cerca de 6% do PIB) já coloca o Brasil próximo da casa dos 40% — patamar comparável ao de Suécia e Noruega. O estudo define gastos tributários como isenções e renúncias concedidas a setores específicos da economia, que reduzem a arrecadação.

Segundo Meneguin, o problema não é a existência desses mecanismos, mas a falta de transparência e de análise sobre sua eficiência. O problema é a falta de transparência e de avaliação de eficiência deles, afirmou. “Se você passa a régua com o percentual fixo, isso não significa nada. O que é ruim continua lá, o que é bom vai estar cortado”.

O presidente-executivo da Abiquim, André Passos Cordeiro, complementou dizendo que essa estratégia desconsidera que determinados setores precisam de incentivos específicos para superar falhas de mercado e gerar benefícios à sociedade.

Regime do setor químico

O relatório recomenda que incentivos passem por triagem criteriosa, com cláusulas de caducidade (sunset clauses), relatórios periódicos e indicadores de desempenho. O Reiq (Regime Especial da Indústria Química) é citado como exemplo positivo por prever contrapartidas e prazo determinado, servindo como referência para a futura Lei Geral dos Gastos Tributários, prevista na Emenda Constitucional 109 de 2021, mas ainda não regulamentada.

A Abiquim defende a criação de um novo programa, previsto no PL 892/2025, que transformaria os incentivos em crédito financeiro, fixaria um teto de R$ 4 bilhões anuais e estimularia a transição para matérias-primas renováveis e menos poluentes. “É um programa de transição: enquanto não temos acesso a gás mais barato, precisamos desonerar a matéria-prima cara e preparar a indústria para competir”, disse.

Atualmente, a previsão do programa é de R$ 600 milhões para 2025. O valor, no entanto, está ocioso pela baixa demanda do mercado, relatou.

Com informações Portal da Reforma Tributária

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