Pix Automático torna-se obrigatório e deve facilitar a rotina dos pequenos negócios

A partir desta segunda-feira (13), entrou oficialmente em vigor o Pix Automático, nova funcionalidade de pagamento desenvolvida pelo Banco Central (BC).O sistema foi criado para substituir o débito automático e o uso de boletos em cobranças recorrentes, como mensalidades e assinaturas, e agora se torna obrigatório para todas as instituições financeiras que operam com Pix.

Lançado em junho de 2025 de forma opcional, o recurso permite que o cliente autorize uma única vez os débitos periódicos em sua conta.A partir dessa autorização, o pagamento é feito de forma automática, sem necessidade de novas confirmações a cada cobrança.

Benefícios para microempreendedores e pequenos negócios

De acordo com o Banco Central, o Pix Automático deve simplificar a rotina de microempreendedores individuais (MEI), pequenas empresas e prestadores de serviços que dependem de recebimentos mensais ou contínuos.

O modelo permite que os empreendedores automatizem cobranças como:

• Mensalidades de academias e escolas;
• Assinaturas digitais de jornais e plataformas de streaming;
• Serviços recorrentes, como provedores de internet, clubes de assinatura e planos de manutenção.

Antes da criação do Pix Automático, apenas grandes companhias podiam oferecer débito automático tradicional, mediante convênios específicos com cada banco. Com a nova regra, qualquer empresa ou MEI pode solicitar adesão diretamente à instituição financeira onde possui conta.

Prazos de adequação para as instituições

O Banco Central estabeleceu que as instituições financeiras e de pagamento terão prazo até 1º de janeiro de 2026 para se adequarem integralmente às novas normas referentes a contratos e autorizações já existentes.

Durante esse período de transição, as empresas poderão manter os sistemas atuais, desde que garantam a compatibilidade com o novo modelo do Pix Automático.

Como funciona o Pix Automático

O funcionamento do Pix Automático segue um fluxo simples e padronizado:

1. O empreendedor envia um pedido de autorização ao cliente.
2. O cliente acessa o aplicativo do banco e seleciona a opção “Pix Automático”.
3. Lê e aceita os termos da operação.
4. Define a periodicidade, o valor (fixo ou variável) e o limite máximo por transação.
5. A partir da data acordada, os débitos ocorrem automaticamente, 24 horas por dia, sete dias por semana, inclusive em feriados.

O usuário pode cancelar, alterar valores ou frequência a qualquer momento, diretamente no aplicativo de sua instituição financeira.

Contas e serviços elegíveis para o Pix Automático

A nova modalidade poderá ser utilizada para pagamento de:

• Contas de consumo (água, luz e telefone);
• Mensalidades escolares e de academias;
• Assinaturas digitais e plataformas de streaming;
• Serviços prestados por MEI e pequenas empresas;
• Clubes de assinatura e planos recorrentes.

Antes da mudança, muitos empreendedores recorriam ao Pix agendado recorrente, uma alternativa manual que exigia que o cliente digitasse a chave Pix e o valor a cada cobrança. Com o Pix Automático, todo o processo passa a ser digital e instantâneo, reduzindo erros, atrasos e inadimplência.

Segurança e verificação das empresas participantes

O Banco Central determinou regras rígidas de segurança para adesão ao Pix Automático, com o objetivo de evitar fraudes e cobranças indevidas. Somente empresas com mais de seis meses de atividade poderão oferecer o serviço.

As instituições financeiras deverão verificar:

• Data de inscrição no CNPJ e situação cadastral dos sócios e administradores;
• Compatibilidade entre o serviço prestado e o tipo de cobrança;
• Capital social, faturamento e histórico de transações;
• Tempo de abertura da conta e uso de outros meios de pagamento.

O BC orienta os clientes a confirmarem a autenticidade das solicitações antes de conceder qualquer autorização de débito automático.

Impacto econômico e alcance da medida

Segundo o Banco Central, o Pix Automático tem potencial para beneficiar até 60 milhões de brasileiros que não possuem cartão de crédito. O sistema busca ampliar o acesso a serviços financeiros modernos e de baixo custo, fortalecendo a inclusão financeira e a digitalização dos pequenos negócios.

Para microempreendedores individuais, a nova modalidade deve gerar:

• Redução de custos operacionais;
• Maior previsibilidade de fluxo de caixa;
• Automação das cobranças mensais;
• Menor índice de inadimplência.

O Pix Automático reforça a estratégia do Banco Central de consolidar o Pix como o principal meio de pagamento do país, ampliando sua presença em transações recorrentes e de pequeno valor.

Diferenças entre Pix Automático e outras modalidades

Essa padronização aproxima o Pix de funcionalidades já comuns em outros países, mas com o diferencial da liquidação instantânea, característica exclusiva do sistema brasileiro.

Orientações do Banco Central sobre o uso do Pix Automático

O Banco Central recomenda que os usuários verifiquem a origem da cobrança antes de autorizar o débito e acompanhem regularmente as transações em seus extratos.

A instituição também reforça que as autorizações podem ser canceladas a qualquer momento, sem custo, e que todos os pagamentos realizados via Pix Automático são rastreáveis, o que aumenta a segurança das operações.

Perspectiva para o sistema financeiro

Com o avanço do Pix Automático, o Banco Central pretende reduzir a dependência do débito automático tradicional e substituir gradualmente o uso de boletos bancários em serviços recorrentes. A expectativa é que a nova modalidade simplifique o relacionamento financeiro entre empresas e consumidores e modernize o ecossistema de pagamentos no Brasil.

Para o setor de microempreendedores individuais e pequenos negócios, a medida representa uma ferramenta de cobrança automatizada e acessível, compatível com as demandas da economia digital.

O Pix Automático, que passa a ser obrigatório para todas as instituições que operam com Pix, marca uma nova fase no sistema de pagamentos instantâneos do país. Com adesão simples, funcionamento contínuo e alto nível de segurança, a ferramenta tem potencial para democratizar a automação de cobranças e fortalecer a inclusão financeira.

Ao permitir que MEIs e pequenas empresas utilizem o mesmo recurso antes restrito a grandes corporações, o Banco Central amplia a eficiência das transações digitais e consolida o Pix como pilar da modernização financeira brasileira.