O governo federal prepara a expansão da sua nuvem com serviços intermediados por Serpro e Dataprev, com objetivo de integrar dados e automatizar políticas públicas. Um documento de adesão aos serviços será publicado em breve, seguido por uma ata de registro de preços nos moldes das nuvens do Ministério da Gestão, ampliando o portfólio de ofertas disponíveis para órgãos públicos.
A inteligência de dados é considerada essencial para atingir milhões de brasileiros que ainda não acessam os serviços digitais. O governo anunciou uma parceria de R$ 390 milhões para capacitar órgãos públicos, construir e automatizar soluções, incluindo o próprio Gov.br, que atende 170 milhões de pessoas.
A Secretaria de Governo Digital do MGI, liderada por Rogério Mascarenhas, explicou que a estratégia busca usar inteligência artificial para melhorar a interação do governo com os cidadãos. O secretário destacou que a interoperabilidade entre sistemas é fundamental para automatizar políticas públicas e acompanhar benefícios de forma eficiente.
Mascarenhas ressaltou que, apesar do volume de usuários, ainda há desafios para alcançar a população total de 213 milhões. A estratégia inclui ajustes de comunicação, como adaptação de linguagem, sotaque e redução da fricção no atendimento, para garantir acesso mais amplo e eficiente.
“Temos que deixar de olhar para os nossos dados como quem olha a Esplanada dos Ministérios, que tem um prédio ao lado do outro, enfileirados, e olhar para a integração dos dados. Para isso a interoperabilidade é fundamental. Já consigo dizer no Farmácia Popular que uma medicação está disponível e a pessoa não buscou, que o Pé-de-Meia foi disponibilizado, fazer interação para a prova do Enem. O que precisa é automatizar, porque isso é cruzamento de dados enorme. Só consigo automatizar um benefício, uma política pública, se integro esses dados”, afirmou Mascarenhas.
Papel de Serpro e Dataprev na nuvem federal
Serpro e Dataprev funcionam como intermediárias de soluções de grandes fornecedores de serviços de nuvem. O objetivo central é criar um catálogo de preços unificado para os dois órgãos, publicado em meados de 2025, permitindo que outros órgãos públicos adquiram serviços sem a necessidade de licitação.
O portfólio inclui sistemas dos ministérios da Justiça, Saúde, Trabalho, Gestão e Fazenda Nacional, além do novo sistema digital da Receita Federal, vinculado à Reforma Tributária. Nas próximas semanas, será publicado um ato de adesão para demais órgãos interessados, seguido do edital da chamada “nuvem 3.0”, nova versão do pregão federal para serviços de nuvem.
Soberania de dados e operação centralizada
Segundo a Secretaria de Governo Digital, a nuvem federal busca garantir soberania de dados e operacional, apoiada principalmente por Serpro e Dataprev. A iniciativa não impede que órgãos realizem suas próprias aquisições, mas destaca o papel estratégico das estatais como interlocutoras qualificadas junto ao mercado, enfrentando desafios complexos de integração e automação.
A expansão da nuvem do governo federal, aliada ao uso de inteligência artificial, busca otimizar a gestão pública, melhorar o acesso a serviços digitais e integrar informações entre órgãos. A iniciativa deve fortalecer a automação de políticas públicas, reduzir a fricção no atendimento à população e ampliar a eficiência de programas estratégicos, consolidando um modelo digital centralizado e interoperável.
Com informações do Convergência Digital