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PMEs endividadas

Selic a 15% aumenta risco de inadimplência entre PMEs

Com juros no maior nível desde 2017, pequenas empresas enfrentam alta do crédito e risco crescente de inadimplência.

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Endividamento ameaça PMEs diante da Selic a 15%

Selic a 15% aumenta risco de inadimplência entre PMEs

O endividamento de pequenas e médias empresas tem aumentado de forma contínua diante da Selic a 15%, índice mantido pelo Banco Central em 2025. Com o crédito mais caro, os negócios enfrentam dificuldades na gestão do capital de giro e na manutenção das despesas operacionais. 

Segundo dados do Sebrae e da Serasa Experian, divulgados ao longo de 2025, o número de micro e pequenas empresas endividadas cresceu 9,3% nos últimos 12 meses, alcançando 6,5 milhões de empreendimentos com contas em atraso. O movimento ocorre em todo o país e pressiona os setores de comércio, varejo e serviços, que já registram queda na capacidade de pagamento.

A advogada e empresária Mayra Saitta, fundadora do Grupo Saitta e especialista em Direito Empresarial e Contabilidade, afirma que o cenário exige disciplina financeira e planejamento. “Com juros nesse patamar, o crédito deixa de ser solução emergencial e passa a ser um risco. O empresário precisa olhar para o fluxo de caixa diariamente e rever o modelo de capital de giro para não comprometer a operação”, disse.

Selic a 15% e impacto direto no crédito para PMEs

A manutenção da Selic a 15% — maior nível desde 2017 — encarece de forma significativa linhas de crédito como capital de giro, cheque especial empresarial, antecipação de recebíveis e renegociações bancárias. Para pequenos negócios, a alta dos juros dificulta o acesso a financiamentos, aumenta o custo das dívidas existentes e reduz a margem operacional.

Dados do Banco Central apontam que, no segundo semestre de 2025, a inadimplência média das empresas alcançou 5,4%. Já a Confederação Nacional do Comércio (CNC) identificou que 71% das PMEs têm dificuldade em manter capital de giro mensal.

De acordo com Saitta, o problema não está apenas na obtenção de crédito, mas na forma como o empresário administra seus recursos. “Planejamento tributário e financeiro são aliados diretos da sustentabilidade do negócio. Muitos empresários ainda não separam contas pessoais das empresariais, o que distorce o resultado real da empresa”, afirmou.

Aumento do endividamento e sinais de alerta para 2025

O crescimento de 9,3% no endividamento de micro e pequenas empresas em 12 meses revela um cenário de atenção. A escalada dos juros, combinada à desaceleração da economia e ao aumento das despesas operacionais, amplia o risco de inadimplência e compromete a saúde financeira das empresas.

O levantamento do Sebrae e da Serasa Experian indica que 6,5 milhões de pequenos negócios estão inadimplentes em 2025. O número representa o maior patamar desde o início da série histórica.

Para especialistas, a situação tende a permanecer desafiadora enquanto a Selic a 15% mantiver o custo do crédito elevado. O boletim Focus do Banco Central projeta redução gradual da taxa apenas a partir do segundo trimestre de 2026.

Renegociação como estratégia antes da inadimplência

A renegociação das dívidas é apontada por Saitta como medida essencial para evitar que o problema se agrave. “Negociar prazos e taxas com os bancos é essencial. Hoje, as instituições estão mais abertas a acordos diretos, especialmente quando há histórico de bom pagamento”, explicou.

A especialista afirma que, diante da Selic a 15%, renegociar é menos oneroso do que assumir novas dívidas. A orientação inclui:

  1. Conversar diretamente com o gerente da instituição financeira
  2. Avaliar migração para linhas de crédito com taxas menores
  3. Revisar garantias reais para obter melhores condições
  4. Solicitar alongamento de prazos para reduzir parcelas
  5. Unificar dívidas de curto prazo em uma linha de longo prazo

Segundo Saitta, o objetivo é evitar a inadimplência, que aumenta custos, gera restrições e compromete operações futuras.

Selic a 15% e capital de giro: como reduzir danos

O relatório da CNC mostra que 71% das PMEs enfrentam dificuldades de caixa para honrar despesas mensais. Em paralelo, o ambiente de juros elevados pressiona margens e reduz a capacidade de reinvestimento.

Para Saitta, algumas práticas podem mitigar os impactos da Selic a 15%:

  1. Controle diário do fluxo de caixa
  2. Revisão de contratos e despesas recorrentes
  3. Negociação com fornecedores
  4. Análise de estoque para redução de perdas
  5. Separação entre finanças pessoais e empresariais
  6. Implementação de orçamento anual e metas financeiras

A especialista destaca ainda que o acompanhamento de indicadores como margem bruta, margem líquida e ponto de equilíbrio é essencial para decisões estratégicas.

Crescimento das dívidas e gestão em cenário adverso

Com 6,5 milhões de PMEs em dívidas e 5,4% de inadimplência média, o ambiente operacional exige gestão rigorosa. Os setores mais vulneráveis são comércio, varejo e serviços, impactados pela alta dos custos e pela queda do consumo.

Para Saitta, o momento pede racionalidade. “A Selic alta força o empreendedor a ser mais estratégico. É o momento de investir em conhecimento e gestão, não em endividamento”, conclui.

Projeções do mercado para 2026 com Selic em alta

Segundo o boletim Focus, a Selic a 15% deve começar a cair gradualmente apenas a partir do segundo trimestre de 2026. Até lá, o crédito permanecerá caro e a inadimplência tende a continuar elevada. Pequenas e médias empresas precisarão de atenção redobrada à saúde financeira para enfrentar o período.

A manutenção da Selic a 15% coloca pressão significativa sobre o caixa das pequenas e médias empresas brasileiras. Com endividamento crescente, juros elevados e dificuldade de acesso ao crédito, a gestão financeira torna-se prioridade absoluta. O cenário exige disciplina, renegociação antecipada, controle rigoroso de fluxo de caixa e planejamento tributário consistente. As projeções do Banco Central indicam que o custo do crédito permanecerá alto até 2026, reforçando a necessidade de decisões cautelosas e estratégias de sustentabilidade empresarial.

Com informações Lara Visibilidade Estratégica

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