A nova estrutura de tributos afetará organizações de diferentes portes e setores, impondo maior rigor na gestão e na estratégia.
Aprovada em 2025, a reforma tributária entrará em vigor gradualmente a partir de 2026 e promete redesenhar a forma como empresas brasileiras, de todos os portes, lidamlidarão com suas obrigações fiscais. Entre os principais pontos estão a unificação de tributos sobre consumo, a criação do IVA dual e a simplificação de regras que, embora tragam ganhos no longo prazo, exigem ajustes significativos no curto prazo.
Para empresas, a transição não será apenas burocrática: ela terá reflexos diretos em fluxo de caixa, planejamento financeiro e tomada de decisão estratégica. A adaptação exigirá controles mais rigorosos, revisão de processos internos e atenção redobrada ao impacto dos novos tributos sobre as margens e competitividade.
Segundo Fernando Trota, CEO da Triven, consultoria especializada em backoffice estratégico para startups e pequenas empresas, esse momento pode ser desafiador, sobretudo para negócios de menor porte, que nem sempre contam com estrutura financeira robusta:
“As pequenas empresas precisam olhar para a reforma não apenas como uma mudança contábil, mas como uma oportunidade de ganhar maturidade financeira. A gestão de fluxo de caixa vai ser fundamental nesse período de transição. Quem tiver dados confiáveis e organização financeira vai conseguir se adaptar com menos riscos e até encontrar oportunidades de crescimento.”
Além do impacto imediato, o especialista alerta que a adaptação exigirá digitalização de processos, controles internos mais rígidos e atenção redobrada ao calendário tributário. Para Trota, esse movimento pode, inclusive, ser positivo para negócios que ainda operam de forma pouco estruturada.
“A reforma pode ser o impulso que faltava para os pequenos negócios se profissionalizarem. Quem investir agora em governança e tecnologia não só vai passar pela transição com mais tranquilidade, como também ficará mais atrativoatrativo para investidores e parceiros”, pontua.
Adaptação requer planejamento; tecnologia surge como aliada.
Para Raquel Malvezzi Coser de Oliveira, diretora da Vertical de ERP da Zucchetti no Brasil, multinacional italiana líder em tecnologia e soluções de gestão, a reforma tributária representa um marco de transformação para as empresas brasileiras. Mais do que uma adaptação legal, a transição para o novo modelo exige planejamento e uso intensivo da tecnologia como suporte para garantir conformidade e eficiência.
“Estamos diante de um dos maiores movimentos de transformação fiscal da história recente do país. A capacidade de se organizar desde já será determinante para reduzir riscos e fortalecer a competitividade”, afirma a executiva. Ela ressalta que a Zucchetti vem promovendo ajustes técnicos em seus sistemas de gestão para que clientes de diferentes segmentos — do varejo à indústria — estejam preparados para operar em conformidade durante o período de transição.
Bernardo Rachadel, diretor de Unidade de Negócio de Varejo e CTO da empresa, reforça a importância de iniciativas que auxiliem na tradução das mudanças tributárias em conhecimento aplicável ao dia a dia das empresas. Entre as ações, a companhia lançou um curso voltado a empreendedores e profissionais de contabilidade. “A formação aborda os impactos da nova legislação, orienta sobre ajustes em cadastros e rotinas fiscais e auxilia na emissão correta de documentos no novo modelo. Esse tipo de iniciativa é essencial para reduzir riscos e evitar inconsistências”, explica.
Fonte: Triven, Zucchetti











