Em 2010, apenas 50 lojas brasileiras participaram da primeira edição da Black Friday no país. Quinze anos depois, o evento se transformou na maior temporada de compras do varejo nacional, com expectativa de movimentar mais de R$ 13 bilhões neste novembro. Mas não foi só o volume de vendas que mudou; o comportamento do consumidor também.o comportamento do consumidor também mudou.
Hoje, mais de 70% das compras da Black Friday são feitas via smartphone, e até 80% das transações são abandonadas antes do pagamento. Nesse cenário altamente competitivo, qualquer atrito na jornada de compra pode custar uma venda, e as empresas já não podem depender apenas de descontos; a experiência de pagamento tornou-se decisiva para maximizar conversões.
“A América Latina tem uma das maiores taxas de abandono de carrinho do mundo, chegando a 87%, mas novas pesquisas mostram onde as empresas brasileiras estão errando e como podem melhorar seu desempenho”, explica Bruno Amador, gerente de produtos para a América Latina da Juspay, fintech indiana especializada em tecnologia de orquestração de pagamentos e membro da INIT (Associação dos Iniciadores de Transação de Pagamento).
De acordo com um estudo recente, quase nove em cada dez consumidores (87,5%) consideram o método de pagamento preferido como fator decisivo na hora da compra. Nesta Black Friday, 85% dos consumidores devem escolher o crédito parcelado como forma de pagamento preferida, à frente do Pix e do débito.
Com a predominância das compras via celular, vale destacar que a taxa de abandono de carrinho nos smartphones é ainda maior do que no desktop ou nas lojas físicas, e as razões também são diferentes.
“Conveniência vai além da rapidez: clientes querem usar seus pagamentos preferidos como Pix, cartões, boleto, parcelamento ou carteiras digitais, sem complicações. Para o público cada vez mais mobile-first, cada etapa extra no checkout aumenta drasticamente o risco de desistência”, comenta Bruno. “As empresas que se destacam são aquelas que já antecipam isso em seus processos, priorizando designs otimizados para celular e recursos como checkout em um clique, preenchimento automático e armazenamento seguro de dados, reduzindo ao mínimo o esforço do usuário e acelerando o pagamento.”
Durante a data, também aumentam as tentativas de fraude, mas verificações excessivamente rígidas podem prejudicar as conversões. O equilíbrio, segundo especialistas, está no uso de ferramentas avançadas de detecção inteligente de risco e tokenização, capazes de adaptar a checagem em tempo real. Assim, clientes confiáveis passam por verificações de baixa fricção, enquanto checagens mais rigorosas são aplicadas apenas quando há indícios concretos de risco.
“O risco de fraude não deve se traduzir em uma má experiência para o cliente legítimo”, ressalta Bruno. “As soluções mais eficazes são as que avaliam o risco de forma dinâmica, protegendo o negócio contra perdas sem comprometer a experiência de compra”.
Por fim, a estabilidade dos sistemas é outro fator crítico frequentemente negligenciado. Os horários de pico da Black Friday funcionam como um verdadeiro teste de estresse, e as falhas ou lentidões nos pagamentos são muito mais comuns quando o tráfego aumenta.
Segundo o especialista, as empresas precisam testar seus sistemas com antecedência, mas a verdadeira garantia vem de parceiros de tecnologia que oferecem backups e roteamento dinâmico. “Essa capacidade é como um seguro contra quedas de sistema, garantindo que o cliente consiga pagar mesmo que um banco ou gateway enfrente instabilidade temporária”, finaliza.
Fonte: Justpay













