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REFORMA TRIBUTÁRIA

Reforma tributária deve impulsionar exportação de serviços e tecnologia no Brasil

Especialistas apontam simplificação e competitividade com novo modelo tributário

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Reforma tributária impulsiona exportação de serviços no Brasil

Reforma tributária deve impulsionar exportação de serviços e tecnologia no Brasil

A reforma tributária que inicia sua transição a partir de 2026 promete inaugurar uma nova fase para o comércio exterior de serviços no Brasil. Essa foi a principal conclusão do painel “O Papel dos Serviços no Comércio Exterior com o Novo Cenário Tributário”, realizado durante o ENAEX 2025, na última quinta-feira (13), no Rio de Janeiro - principal encontro nacional sobre comércio exterior promovido pela AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil).

O debate reuniu nomes de destaque do setor: Rodrigo Martins, CEO da International Tech Hub (ITH); Rafael Cunha, Secretário de Ciência, Tecnologia e Inovações do Recife, Pernambuco; e Ricardo Keiper, Diretor de Supply Chain da GE-CELMA e Diretor da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). A moderação ficou a cargo de Lisandro Vieira, CEO da WTM, empresa especializada em exportações e importações de serviços e tecnologia e uma das apoiadoras do evento.

Atualmente, o setor de serviços responde por mais de dois terços do PIB brasileiro, mas participa com apenas 13% das exportações do país, segundo dados apontados por órgãos oficiais e trazidos ao painel. Para os debatedores, a reforma — que unifica PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS em dois tributos sobre valor agregado, o IBS (estadual e municipal) e a CBS (federal) — deverá simplificar as regras, eliminar distorções e tornar o ambiente mais competitivo para quem exporta.

“Com a alíquota total estimada em 28% para operações internas e isenção para exportações, vender para o exterior será muito mais vantajoso. Isso vai forçar uma mudança de mentalidade: exportar serviços deixará de ser uma opção e passará a ser uma estratégia essencial para a sobrevivência de muitas empresas brasileiras”, afirmou Rodrigo Martins, da International Tech Hub. Ele destacou que, apesar do alto potencial inovador, o Brasil ainda é tímido na exportação de tecnologia. “Temos talento e soluções de ponta, mas ainda precisamos nos posicionar melhor globalmente”, completou.

Na visão de Ricardo Keiper, da GE-CELMA, a transição para o novo modelo tributário exigirá preparo e coordenação entre empresas e governo. “A reforma demanda ajustes profundos e pode representar um grande desafio, especialmente para pequenas e médias empresas. É essencial investir em capacitação e suporte técnico para que elas acompanhem esse movimento”, afirmou. A GE-CELMA, maior exportadora de serviços industriais do país, vem ampliando sua presença internacional e inaugurou recentemente uma nova oficina em Três Rios (RJ), dedicada à manutenção de motores aeronáuticos de última geração.

Já o secretário Rafael Cunha destacou o papel das políticas públicas e dos ecossistemas locais de inovação na adaptação ao novo cenário. Ele apresentou o caso do Porto Digital, polo de tecnologia do Recife que reúne mais de 475 empresas e 21 mil profissionais, com faturamento anual de R$ 6 bilhões. “O desafio será equilibrar a perda das receitas locais do ISS com o fortalecimento da competitividade global. A reforma cria um incentivo natural à internacionalização: se exportar é isento, é hora de pensar globalmente”, afirmou.

Cunha também ressaltou que a combinação entre tributação moderna, inovação e educação tecnológica será determinante para o futuro do país. “O Brasil precisa gerar propriedade intelectual, desenvolver ciência e criar soluções que mantenham o valor dentro do território nacional. Não basta sediar data centers; precisamos produzir tecnologia brasileira para o mundo”, defendeu.

Para o moderador Lisandro Vieira, da WTM, o novo modelo tributário representa um divisor de águas. “Durante anos, o sistema penalizou quem buscava ser global. Agora, exportar tecnologia e serviços se tornará o caminho natural. As empresas precisam se preparar para competir em dólar e pensar globalmente, não apenas sobreviver no mercado interno”, concluiu.

Como conclusão, os especialistas afirmam que a reforma tributária não apenas simplifica o sistema, mas redefine o papel dos serviços no desenvolvimento econômico do país. Ao adotar um modelo mais próximo do IVA internacional, o Brasil se alinha às práticas globais e abre espaço para um novo ciclo de expansão baseado em inovação, competitividade e presença internacional.

Fonte: WTM

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