Durante muito tempo, vender foi sinônimo de insistência. O profissional de sucesso era aquele que fazia mais ligações, enviava mais mensagens e multiplicava contatos. Esse modelo, porém, perdeu força. Segundo o relatório Future State of SalesFuture State of Sales (2024), da consultoria Mercuri International, 60% dos líderes de vendas afirmam que a automação é hoje o principal vetor da competitividade, um sinal claro de que o volume de interações já não basta para garantir bons resultados. Em meio a um cenário de bots e mensagens instantâneas, o que se destaca não é quem fala mais, mas quem se conecta melhor.
E os próprios consumidores confirmam essa virada: uma pesquisa global da Five9 (2024) mostra que 75% das pessoas ainda preferem interagir com um ser humano, mesmo quando há ferramentas automáticas disponíveis. Em outras palavras, em um mundo tomado por interações digitais, a empatia segue sendo a linguagem que mais convence.
Para o empresário e mentor Daniel Gramigna, conhecido como “O Pai do Networking”, o relacionamento deixou de ser uma ferramenta de vendas para se tornar uma mentalidade de negócios. “Quem entende que a venda é consequência e não ponto de partida, muda completamente a forma de se relacionar”, afirma.
O isolamento da pandemia e a aceleração digital tornaram essa virada de chave ainda mais evidente. Por trás das telas e dos algoritmos, ainda são as pessoas que decidem, confiam e compram. “A tecnologia aproxima, mas é a emoção que conecta”, diz Gramigna.
Segundo ele, o relacionamento não é apenas uma estratégia de negócios, mas uma competência de liderança. A confiança se tornou a nova moeda das relações profissionais e não se conquista com discursos, mas com presença, consistência e verdade.
Mais do que técnica, o networking reflete a forma como cada profissional escolhe se relacionar. Em tempos de pressa e superficialidade, comportamentos como ouvir com atenção, agir com coerência e demonstrar interesse genuíno são os que mais geram valor e, muitas vezes, os que mais vendem.
Cinco atitudes para construir conexões que geram resultados
Gramigna destaca cinco atitudes fundamentais para quem quer transformar relacionamento em resultado:
1. Construa antes de converter
Relacionamento é um processo de longo prazo. Antes de pensar em resultados, pense em vínculos. Em um mercado movido por credibilidade e confiança, vender é consequência, não meta inicial.
2. Mantenha presença ativa
Relacionamentos não sobrevivem no automático. Esteja presente, participe, interaja e reconheça conquistas. A constância cria familiaridade e a familiaridade, oportunidades.
3. Gere valor em cada interação
Em vez de buscar o que pode ganhar, pergunte o que pode oferecer. As conexões mais produtivas são aquelas em que ambos crescem. Informação, tempo e generosidade continuam sendo as moedas mais poderosas do networking.
4. Invista em reputação, não apenas em visibilidade
Ser visto é fácil. Ser lembrado pelo que se entrega é o que constrói autoridade. A reputação é o ativo mais valioso do networking moderno, ela abre portas sem que seja preciso bater.
5. Alinhe propósito e coerência
As conexões mais fortes se sustentam na coerência entre discurso e prática. Pessoas e empresas que agem de acordo com o que pregam criam laços de confiança genuína. A credibilidade é o novo capital social dos negócios.
Fonte: Braun Comunicação












