O modelo de trabalho totalmente remoto segue em queda no mercado brasileiro e já se aproxima dos níveis observados antes da pandemia. Segundo um levantamento da 4intelligence, a participação de vagas anunciadas como 100% remotas em outubro ficou apenas 0,3% acima da média registrada em 2019.
O mesmo movimento ocorre nas contratações. Em janeiro de 2021, no auge da adoção do home office, a participação das admissões que mencionavam trabalho integralmente remoto era 15,1% superior à média de 2019. Agora, essa diferença recuou para apenas 0,8%, indicando que o mercado está normalizando a oferta desse modelo.
Para Bruno Imaizumi, economista da 4intelligence, o movimento tende a continuar:
“À medida que o mercado de trabalho desacelera e fica mais difícil encontrar empregos, o número de vagas oferecendo esse benefício também deve cair. Óbvio que elas vão continuar existindo, mas, proporcionalmente, as novas vagas podem ficar abaixo de 2019”, afirma.
O especialista projeta que, já em 2026, a oferta de vagas totalmente remotas pode ficar abaixo da média pré-pandemia.
Impactos para o mercado contábil
Para profissionais e escritórios de contabilidade, o retorno ao modelo presencial representa ajustes importantes na gestão de equipes, principalmente para quem adotou tecnologias e processos digitais durante a pandemia.
- Cresce a necessidade de readequar rotinas internas, combinando eficiência operacional com práticas híbridas.
- Custos trabalhistas e estruturais podem aumentar, como vale-transporte, estrutura física e logística.
- A competição por talentos muda de perfil, já que a flexibilidade vinha sendo um diferencial para atrair profissionais qualificados.
Tendências para os próximos anos
Com o ritmo mais lento da economia e maior seletividade nas contratações, especialistas avaliam que empresas tendem a ser mais conservadoras ao oferecer trabalho totalmente remoto. Modelos híbridos, porém, devem seguir como alternativa para equilibrar produtividade, redução de custos e retenção de talentos, especialmente em setores como o contábil, que já avançaram significativamente na digitalização dos processos.
Com informações adaptadas do Valor Econômico













