Com a chegada da reta final de 2025, o momento é decisivo para que contadores adotem uma postura mais estratégica junto aos seus clientes. Em vez de esperar o encerramento do exercício e o fechamento dos demonstrativos financeiros, é essencial antecipar análises e decisões que impactarão diretamente o desempenho das empresas em 2026.
A contabilidade consultiva se fortalece nesse contexto: ao invés de apenas registrar o passado, ela passa a orientar o futuro. A seguir, confira perguntas que o contador deve fazer ao cliente ainda este ano para garantir um início de 2026 mais estruturado e alinhado aos objetivos do negócio – ainda mais em um momento de início da transição da reforma tributária.
1. O regime tributário atual é o mais vantajoso para 2026?
Muitas empresas mantêm o mesmo regime tributário por inércia, mesmo após mudanças no porte, faturamento ou modelo de operação. Revisar se o Simples Nacional, o Lucro Presumido ou o Lucro Real ainda são adequados pode evitar o pagamento de tributos indevidos e preservar a margem de lucro.
2. A estrutura societária está alinhada com o atual estágio da empresa?
Crescimento, entrada de novos sócios, expansão para franquias ou captação de investimentos são fatores que exigem revisão da estrutura societária. Uma composição societária desatualizada pode gerar obstáculos jurídicos, fiscais e até sucessórios.
3. A precificação dos produtos e serviços considera os impactos fiscais?
Muitas empresas definem seus preços com base apenas nos custos diretos e margens de lucro, sem considerar os efeitos da tributação indireta, como ICMS-ST, PIS, COFINS e retenções. Esse erro silencioso pode comprometer o caixa ao longo do ano seguinte.
4. Todos os créditos tributários estão sendo aproveitados?
Créditos de PIS, COFINS, ICMS e outros tributos podem representar alívio fiscal importante para empresas do Lucro Real e Lucro Presumido. No entanto, é comum que parte desses créditos não seja devidamente identificada ou compensada, o que gera perdas acumuladas ao longo do tempo.
5. O planejamento financeiro está integrado à contabilidade?
Muitas empresas traçam metas e orçamentos sem considerar a viabilidade contábil e os efeitos fiscais. Esse desalinhamento pode comprometer o cumprimento das metas e gerar decisões equivocadas. A contabilidade deve participar ativamente da definição e análise do planejamento financeiro.
6. A distribuição de lucros é feita com base na realidade financeira?
Distribuir lucros no fim do ano sem avaliar fluxo de caixa, obrigações fiscais e sustentabilidade da empresa pode gerar desequilíbrio financeiro e riscos com o fisco. Essa análise deve ser feita antes da virada do ano, com base em dados atualizados.
7. A empresa está preparada para os efeitos da reforma tributária?
Com a reforma tributária avançando, o modelo de apuração e recolhimento de tributos passará por mudanças estruturais nos próximos anos. Simulações antecipadas são essenciais para entender os impactos e ajustar a operação com antecedência, evitando custos adicionais por falta de planejamento.
Começar 2026 com estratégia é uma escolha feita agora
A virada do ano não deve ser encarada apenas como um encerramento de obrigações. Dezembro é a oportunidade ideal para revisar processos, ajustar estruturas e traçar o caminho do novo exercício. Ao fazer as perguntas certas ao cliente, o contador se posiciona como peça-chave na construção de um 2026 mais estratégico, eficiente e sustentável para os negócios.













