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RECUPERAÇÃO JUDICIAL

O efeito dominó das Recuperações Judiciais: como evitar que sua empresa seja a próxima

Especialistas alertam para aumento de Recuperações Judiciais em 2025, com foco em planejamento estratégico e societário para evitar crises.

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O efeito dominó das Recuperações Judiciais: como evitar que sua empresa seja a próxima

O efeito dominó das Recuperações Judiciais: como evitar que sua empresa seja a próxima

Após um 2024 marcado por um recorde histórico de pedidos de Recuperação Judicial e grandes empresas em crise, especialistas alertam para um efeito dominó que pode atingir negócios de todos os portes em 2025. Com Ambipar se preparando para entrar na Justiça, acende-se um alerta para quem ainda não revisou seu planejamento estratégico.

De acordo com dados da Serasa Experian, o Brasil registrou 2.273 pedidos de recuperação judicial em 2024, o maior número desde o início da série histórica. O volume representa uma alta de 61,8% em relação a 2023, com destaque para as micro e pequenas empresas, que responderam por 1.676 pedidos, crescimento de 78,4% frente ao ano anterior. As médias empresas somaram 416 pedidos, enquanto as grandes empresas registraram 181

O setor de Serviços liderou os pedidos com 928 casos, seguido pelo Comércio (575), evidenciando que a crise de crédito e o ambiente econômico desafiador têm impacto transversal, atingindo desde pequenos negócios até companhias de grande porte.

Entenda o instrumento jurídico e a importância do planejamento societário

A Recuperação Judicial, prevista na Lei nº 11.101/2005, foi criada para oferecer uma alternativa à falência a empresas em situação de grave crise econômico-financeira. O mecanismo permite que empresários ou sociedades empresárias que não conseguem honrar suas dívidas no curto e médio prazo formalizem, com apoio jurídico, um pedido na Justiça para negociar coletivamente com seus credores, com exceção dos créditos fiscais, que não são incluídos no acordo. A medida tem como objetivo preservar a atividade empresarial, proteger empregos e possibilitar a reorganização financeira das companhias.

Embora seja um instrumento legítimo, especialistas alertam que muitas empresas poderiam evitar chegar a esse estágio se adotassem medidas estruturais de prevenção, principalmente no campo societário. Segundo Felipe Molina Costa, sócio da Nimbus Tax e diretor da área de assessoria empresarial, a ausência de um planejamento societário adequado é um dos fatores que silenciosamente empurram negócios para a Recuperação Judicial.

Ele explica que estruturas societárias frágeis e contratos sociais genéricos abrem espaço para disputas internas, que, em um cenário econômico adverso, podem precipitar crises.

“Um planejamento societário sólido define com clareza direitos e deveres de cada sócio, prevê mecanismos de solução de impasses e estabelece regras para entrada, saída ou sucessão de investidores e gestores. Esse cuidado reduz o risco de conflitos que paralisam o negócio e transmitem segurança a credores, fornecedores e ao mercado. Em muitos casos, é justamente a falta dessa organização que transforma dificuldades pontuais em problemas irreversíveis”, afirma Molina.

Na avaliação do especialista, um planejamento societário bem estruturado funciona como uma ferramenta de blindagem, prevenindo litígios internos e fortalecendo a governança corporativa, aspectos essenciais para enfrentar períodos de instabilidade sem depender de medidas judiciais extremas.

Gestão e planejamento são fundamentais

Os números deste ano indicam que o movimento deve continuar. Em janeiro deste ano, foram registrados 162 pedidos de RJ, alta de 8,7% em relação ao mesmo mês de 2024, segundo levantamento da Serasa. Micro e pequenas empresas seguem representando quase 80% dos casos.

Com o aumento expressivo dos pedidos e casos de grandes grupos entrando em crise, como Americanas, Magalu e agora Ambipar, especialistas alertam que a prevenção é o melhor caminho para garantir a sobrevivência e a integridade financeira dos negócios no país.

Para Sérvulo Mendonça, Chairman da Holding SM, o erro costuma acontecer no início: “É preciso começar com um planejamento estratégico sólido, adotar uma gestão eficiente, respeitar cronogramas e acompanhar os dados de perto. Essa postura permite antecipar problemas e agir antes que se tornem crises irreversíveis”, afirma.

Ele complementa que, em estruturas mais complexas, um problema pontual pode se transformar em uma crise de grandes proporções se não houver mapeamento prévio dos riscos contratuais.

“Muitas vezes, o que precipita uma crise não é um único problema financeiro, mas a forma como ele se propaga dentro da estrutura da empresa. Em grupos econômicos mais complexos, uma inadimplência pontual pode acionar gatilhos contratuais em cadeia e comprometecomprometer a liquidez de todo o negócio. Por isso, mapear esses riscos e planejar estrategicamente é fundamental para evitar que situações pontuais se tornem crises estruturais”, reforça Mendonça.

Sinais práticos de alerta para agir antes da crise

Antes de chegar ao ponto de um pedido de Recuperação Judicial, as empresas geralmente apresentam sinais claros de alerta, muitos deles negligenciados no dia a dia.

Medidas preventivas que fortalecem o negócio

Sérvulo ainda reforça que a segurança corporativa deve fazer parte da rotina de qualquer empresa, por meio de medidas que protejam ativos tangíveis e intangíveis de ameaças acidentais ou intencionais. “O maior esforço deve ser para fugir da Recuperação Judicial, e não apenas entender como utilizá-la”, enfatiza Sérvulo Mendonça.

Fonte: Braun Comunicação Integrada

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