x

Novo plano do governo para política fiscal será apresentado hoje

11/08/2005 00:00:00

  • compartilhe no facebook
  • compartilhe no twitter
  • compartilhe no linkedin
  • compartilhe no whatsapp
Novo plano do governo para política fiscal será apresentado hoje

O governo federal apresenta hoje uma nova proposta para aperfeiçoar a política fiscal. Os últimos detalhes da proposta foram discutidos ontem pela manhã numa reunião do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, e do Planejamento, Paulo Bernardo. "Vou levar uma proposta, mas não vou dizer, não quero antecipar", disse Bernardo, ao sair do encontro. A visão do governo será apresentada durante um seminário promovido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em que estará em debate a proposta do deputado federal e ex-ministro Delfim Netto (PP-SP) de o governo adotar o compromisso, na Constituição, de reduzir a zero o déficit das contas públicas no conceito nominal - a diferença entre receitas e despesas, inclusive os gastos com os juros sobre a dívida pública. Questionado se essa proposta envolveria uma elevação da meta de superávit primário (receita menos despesas, sem contar os gastos com juros), Bernardo negou. Ele afirmou que o governo continua com a meta de superávit primário de 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB) para as contas públicas este ano. "Não discutimos isso", disse. "Nós não fizemos esse debate. O que ficou decidido com aval do presidente [Luiz Inácio Lula da Silva] é o superávit de 4,25% do PIB. É o que estamos mirando." De acordo com informações da área técnica, o resultado das contas do setor público está em 5,1% do PIB, se for considerada a série de 12 meses terminada em julho. Existiria uma ala, liderada pelo secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, defendendo que se faça este ano um resultado de 5,5% do PIB. Para isso, seria necessário apenas um aperto a mais nos gastos. O ministro do Planejamento negou conhecer essa discussão e admitiu que, de fato, o resultado primário está maior do que a meta. Porém, lembrou ele, há uma concentração de gastos no final do ano, por isso o resultado tende para a meta de 4,25% do PIB. A proposta, segundo Bernardo, vai na direção de reforçar o compromisso de médio e longo prazos do governo com o ajuste fiscal. Esse é também o coração da proposta de Delfim: dar uma demonstração inequívoca que o governo vai manter as contas públicas sob controle. "Já demos uma sinalização ao colocar, na LDO, um limite de 17% do PIB para os gastos com custeio", explicou. O debate sobre o aprofundamento do ajuste fiscal está forte nos bastidores do governo, com a Fazenda defendendo medidas contundentes como o fim do atrelamento dos benefícios previdenciários do salário mínimo e um teto para os gastos do Judiciário e do Legislativo. Bernardo disse ainda ser contra o desatrelamento do mínimo, por achar a medida politicamente inviável.

Fonte: DCI

Leia mais sobre

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

ARTICULISTAS CONTÁBEIS

VER TODOS

O Portal Contábeis se isenta de quaisquer responsabilidades civis sobre eventuais discussões dos usuários ou visitantes deste site, nos termos da lei no 5.250/67 e artigos 927 e 931 ambos do novo código civil brasileiro.