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Apenas 30% das pequenas e médias empresas têm seguro

Resistência. Estudos foram feitos pelas seguradoras RSA Seguros e Tokio Marine Seguradora; pequenos e médios empresários acham que seguro é caro ou custo desnecessário a ser pago

09/10/2014 09:23:30

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Apenas 30% das pequenas e médias empresas têm seguro

São Paulo - Somente 30% das pequenas e médias empresas têm algum tipo de seguro, embora o setor represente 99,1% das 5,1 milhões das companhias do País. Os dados são de estudos feitos por seguradoras e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Considerado caro ou um custo desnecessário para empresários, segundo especialistas do setor ouvidos pelo DCI, os seguros acabam sendo deixado de lado no orçamento das PMEs. A falta de dados sobre acidentes empresariais também prejudica a negociação das apólices.

De acordo com o gerente de PME e Affinity da VIS Corretora, Edson Carlos Pinto, muitos pequenos e médios empresários comparam o seguro empresarial com o seguro de carro quando avaliam usar a proteção.

"Ele pensa: 'com um carro de R$ 30 mil, eu pago R$ 3 mil de seguro. A minha empresa vale muito mais, então, o seguro também vai ser muito mais caro'", observou Pinto.

O gerente afirmou, entretanto, que um seguro básico para PME do setor de comércio costuma ficar, em média, entre R$ 3 mil e R$ 5 mil por ano e para a área de serviços fica entre R$ 1,5 mil e R$ 3 mil, dependendo do tamanho da empresa e do segmento em que ela atua. Para indústria, com ativos de R$ 10 milhões, o custo gira em torno de R$ 7 mil.

Coberturas

O pacote de coberturas oferecidas também varia de acordo com a necessidade da empresa. Em uma apólice montada pela RSA Seguros para uma padaria, a pedido do DCI, o valor do prêmio líquido (valor a ser pago pelo seguro) ficou em R$ 1.358 para uma cobertura que inclui proteção de até R$ 1 milhão para incêndio, raio e explosão, R$ 20 mil para danos elétricos, R$ 30 mil para responsabilidade civil e R$ 20 mil para roubos, entre outras.

"O seguro é de extrema importância para o mercado de PMEs, pois garante a continuidade do negócio em caso de sinistros. O que acontece é que muitos deles, muitas vezes por falta de conhecimento, consideram o seguro uma despesa, e não um investimento", avaliou o CEO (diretor executivo) da RSA Seguros, Thomas Batt.

Dados do Sebrae apontam que, em 2010, 22% das pequenas e médias empresas com até dois anos de vida encerraram suas atividades, número que poderia ser bem menor se as empresas tivessem seguro, de acordo com Batt.

Ele ressalta que muitos pequenos e médios empresários buscam a contratação do seguro com "corretores amigos". "Normalmente, são aqueles mesmo que fazem o seguro do carro e da casa, e têm pouco conhecimento sobre os produtos e pacotes disponíveis para empresas", explicou Edson Pinto.

Patrimonial

Segundo o gerente comercial da Bradesco Seguros, Marco Antônio Gonçalves, o seguro patrimônio é a proteção mais procurada, pelo valor social que carrega. Ele salienta que um dano ao patrimônio pode afetar não apenas a saúde da empresa, mas das famílias que dependem do empreendimento.

"Um incêndio, por exemplo, torna-se uma questão social, pois, se a empresa for extinta, afetará muitas vidas que têm contribuído para o crescimento da economia e a inclusão social no mercado de consumo das classes C, D e E", analisou.

Pinto ressaltou que, no caso de empresas que atuem no setor da indústria, o seguro patrimonial é essencial. "As indústria tem volume muito maior de estoque, então a preocupação maior é com incêndios, que pode prejudicar toda a produção e a saúde da empresa", observou.

Uma estratégia adotada pela Tokio Marine Seguradora foi focar os pacotes para nichos específicos de mercado.

Pensando nas clínicas e consultórios médicos e odontológicos, a empresa desenvolveu um pacote que inclui, entre outros, orientação jurídica em caso de reclamação de clientes quanto a erros e omissões na prestação dos serviços médicos, e cobertura para roubos de objetos portáteis que incluem tablets, notebooks e todas as ferramentas de uso profissional.

"Outra opção muito interessante é o reembolso do prêmio de seguro fiança, na cobertura de perda, e pagamento de aluguel decorrente de incêndio", observou o diretor executivo de produtos pessoa jurídica da Tokio Marine, Felipe Smith.

No caso de instituições de ensino, o pacote oferecido pela Tokio Marine garante reembolso de despesas com honorários advocatícios e de empresa especializada em assessoria de imprensa, em caso de situações que possam afetar a credibilidade da empresa, como assédio moral ou sexual praticados por empregados.

Além de patrimônio e roubo, duas coberturas consideradas essenciais para Pinto foram seguro aluguel - que garante a continuidade do pagamento do aluguel do local onde o prédio da empresa está instalado em caso de alguma ocorrência - e responsabilidade civil - que garante o pagamento de indenizações a terceiros.

Segmento emergente

O setor de pequenas e médias empresas cresceu, em média, 22% nos últimos cinco anos. De acordo com RSA, esse nicho representa 44% do total do mercado de seguros, com R$ 16 bilhões em prêmios, sem considerar os produtos de seguro saúde e previdência. Só o setor de pequenas empresas é responsável por R$ 5,4 bilhões em prêmios de seguro.

O segmento é responsável por 20% do Produto Interno Bruto (PIB) e gera 15 milhões de postos de trabalho, que equivalem a 77% do emprego formal e a 40% da massa de salários no país, segundo dados do Sebrae e do Dieese.

Por Pedro Garcia

Fonte: DCI-SP

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