O Dia Nacional da Prevenção à Lavagem de Dinheiro é uma iniciativa das instituições que compõem a Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (ENCCLA), incluindo o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras). A data busca chamar a atenção do poder público, do setor privado e da sociedade civil para o enfrentamento de um crime que ameaça a integridade do sistema financeiro e a credibilidade das instituições.
De acordo com o estudo “Lavagem de dinheiro e enfrentamento ao crime organizado no Brasil: Reflexões sobre o Coaf em perspectiva comparada”, divulgado em junho deste ano, as COS (Comunicações de Operações Suspeitas) enviadas ao Coaf cresceram 766,6% entre 2015 e 2024, saltando de 296.183 registros no primeiro ano da série para 2.566.713 alertas no ano passado.
Os dados são alarmantes e reforçam a necessidade de ações cada vez mais sofisticadas para o combate efetivo ao crime financeiro, especialmente diante do crescente uso de plataformas online, criptomoedas e transações digitais. O problema é global e utiliza os mais diferentes meios para ocultar a origem ilícita e reintroduzir na economia, como se fosse legal, valores do tráfico de drogas, de armas, de corrupção, sequestro, terrorismo e outros.
Segundo Luciano Malara, professor do MBA em Governança, Riscos e Compliance da Trevisan Escola de Negócios, o uso das plataformas digitais sem dúvida tem facilitado operações mais complexas e difíceis de rastrear, tornando a prevenção à lavagem de dinheiro mais desafiadora para as empresas e autoridades.
Porém, na opinião do especialista, para não terem seus nomes associados a grupos criminosos que utilizam as plataformas para a lavagem de dinheiro, as empresas estão mais preocupadas em adotar medidas de prevenção e se manterem atualizadas sobre os novos mecanismos usados. Também estão investindo em políticas e em treinamentos para os funcionários, com o objetivo de identificar e evitar possíveis atividades suspeitas dentro da organização.
Malara explica que as empresas devem preparar seus profissionais, principalmente das áreas de compliance, contabilidade, financeira e jurídica, para que possam entender o caminho do dinheiro, tanto o que sai da empresa quanto o que entra. “Com a Inteligência Artificial e outras tecnologias, é possível ter um monitoramento mais forte e preciso e, assim, detectar qualquer ocorrência que fuja do regular.”
Mas o especialista alerta que, além de contar com a tecnologia para rastreio de irregularidades, a vivência e o know-how dos profissionais são extremamente importantes, pois as organizações criminosas costumam trabalhar à frente das empresas idôneas, com as mais avançadas tecnologias, sendo disruptivas em seus modus operandi, com novas fraudes a cada dia, sem falar na capacidade que têm de burlar a lei.
Todas essas questões reforçam a necessidade de treinamentos frequentes para que os profissionais conheçam as tendências de lavagem de dinheiro e as normas nacionais e internacionais dos órgãos reguladores e de repressão, que se tornam mais exigentes a cada dia para coibir o crime.
A Trevisan Escola de Negócios, por exemplo, tem notado um aumento em cursos in company com esse foco. A procura já é 10% superior a 2024, com a formação de quase 700 profissionais de empresas como o Banco Angolano de Investimentos, Sem Parar, Riachuelo e GOL nos programas de Combate a Fraudes e Lavagem de Dinheiro, Gestão de Riscos, entre outros.
De acordo com o professor da Trevisan, os profissionais que atuam com prevenção à lavagem de dinheiro precisam estar aptos a ir além do que está visível. “Há uma nova realidade para as empresas no Brasil e no mundo, devido às conexões globais e o avanço tecnológico. Sendo assim, qualquer descuido e envolvimento com grupos criminosos pode levar uma empresa a encerrar suas atividades e, ainda que não encerre, a marca do descrédito e desconfiança perdurará por muito tempo.”
Fonte: Assessoria de Imprensa da Trevisan Escola de Negócios


 
				  
				  
				  
				  
															










