Santos Soares,
Estas aquisições que você se refere, serão correspondentes a quantos % do PL das investidas? Haverá controle? Será uma coligada? Qual o caráter do investimento? Permanente ou especulativo?
Fiz uma releitura de toda a discussão e ao meu ver os colegas estão confundindo as definições de ágio e deságio (ganho por compra vantajosa).
É muito importante termos o conhecimento de que os cálculos das aquisições de participação acionária se dá sobre o valor patrimonial da quota ou da ação e não ao valor de face. Este valor patrimonial se dá pela divisão do saldo de todo o patrimônio líquido pela quantidade de quotas ou ações no momento da operação.
Veja bem no seu exemplo 1, onde a empresa investidora está adquirindo uma participação de R$ 300 mil (valor de face) pelo montante de R$ 220 mil. Digamos que isto represente 50% do PL da empresa investida. Inicialmente podemos entender que o investidor está tendo um ganho nesta operação. Será?
E se por ventura o saldo do PL da empresa investida na data da compra/venda seja apresentado desta forma:
Capital Social R$ 600 mil
Prejuízos Acumulados R$ 200 mil
Saldo do Patrimônio Líquido R$ 400 mil
Valor da contraprestação financeira R$ 220 mil
Valor patrimonial da participação pretendida R$ 200 mil = R$ 400 mil x 50%
Aprofundando mais nossa análise percebemos que na realidade a empresa poderá estar pagando mais do que realmente acha que a empresa investida vale.
Não paramos por aí, o CPC 15 exige que em uma combinação de negócio não devemos nos agarrar apenas ao valor patrimonial da quota ou ação, mas sim no valor justo dos ativos e passivos líquidos da entidade.
Exemplificando:
Empresa Alfa pretende adquirir 100% da empresa Beta que possui um patrimônio líquido de R$ 500 mil.
Após análise, junto a laudos técnicos e outras metodologias de avaliações, constatou-se que o valor justo dos ativos e passivos líquidos desta entidade é de R$ 650 mil.
Esta diferença entre o valor patrimonial (contábil) e o valor justo é a mais valia de ativos.
Mas digamos que o investidor Alfa pretenda desembolsar R$ 900 mil por acreditar que a empresa Beta possua a capacidade de gerar lucros futuros muto maiores do que R$ 650 mil.
Esta diferença entre a mais valia de ativos e o valor da contraprestação financeira é que devemos chamar de ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill).
Portanto, neste caso, a contabilização inicial do investimento se dará pela seguinte forma:
D - Investimento Beta R$ 500.000,00
D - Mais valia de ativos R$ 150.000,00
D - Ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill).
Espero ter ajudado.
Abraço.