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Claudio Rufino
Moderador

Claudio Rufino

Moderador , Contador(a)
há 16 anos Quarta-Feira | 16 julho 2008 | 13:55

Fernanda Nepomuceno da Silva, boa tarde.

1 - imobilizado não é custo fixo
2 - depreciação também não é custo fixo.

Eis ai uma ajudinha básica.

Saiba como fazer seu Mapa de Custos
O mapa de custos é uma grande ferramenta utilizada na formação do preço de venda. Através deste mapa, conhecido por RKW, todos os custos da empresa (salários, despesas, depreciações, etc.) são localizados em centros de custo e convertidos em tarifas horárias.
A partir de instruções - passo a passo - você será capaz de construir o mapa de custos de sua própria empresa. Além de acompanhar as instruções observando um mapa modelo, você poderá recorrer às definições conceituais e exemplos que acompanham este artigo.

SEU MAPA DE CUSTOS - PASSO A PASSO
Acompanhe no Mapa Modelo, em anexo, os passos abaixo. Os termos grifados estarão detalhados no item Conceito.
1º Divida sua empresa em centros de custo (auxiliares, produtivos ou administrativos).
2º Lance todos os funcionários, alocando-os aos centros em que trabalhem.
3º Some os salários por centros de custo e adicione 70% de Encargos Sociais.
4º Calcule sua depreciação mensal por centro de custo e lance na coluna respectiva.
5º Lance as despesas, rateando sua distribuição por centro de custo.
6º Some as despesas por centro de custo, inclusive a depreciação.
7º Para encontrar seu custo fixo por centro de custo, some as linhas: Salários + Encargos e Soma das Despesas.
8º Distribua os custos fixos dos centros auxiliares e administrativos para os produtivos.
9º Para cada centro de custo produtivo, defina sua capacidade de horas produtivas por mês.
10ºE, finalmente, para encontrar seu custo/hora por centro de custo, some: Custo Fixo, Rateios Auxiliares e Administrativos e divida o resultado pelas Horas Produtivas.

CONCEITOS
o Centros de Custos (CC)
São os setores da empresa que tenham funções produtivas bem definidas.
Ex.: Fotolito, Editoração Eletrônica, Impressão, Dobra, Alceamento, etc..
Podemos classificar os CC em Auxiliares, Produtivos ou Administrativos.
Auxiliares : São os setores que têm função de apoio aos demais setores.
Ex.: Almoxarifado, Fábrica Geral, Corte.
Para que seus custos sejam considerados, os centros auxiliares são rateados aos produtivos, proporcionalmente à sua utilização.
Ex.: Almoxarifado : 10% para a pré-impressão, 70% para a impressão e 20% para o acabamento.
Produtivos : São os setores que participam diretamente do processo produtivo, permitindo a
definição das horas consumidas na produção de um produto.
Ex.: Fotolito, Impressão, Acabamento.
Caso a empresa tenha equipamentos com características equivalentes ou grupo de profissionais que executem operações manuais, poderá aglutiná-los em um único CC.
Administrativos : São os CC de apoio que executam atividades de caráter gerencial e
Administrativo.
Ex.: Vendas, Administração em geral.
Assim como nos CC Auxiliares, os custos Administrativos serão distribuídos para os Produtivos.
o Funcionários
Devem ser considerados os salários brutos.
Ex.: Um impressor recebe mensalmente R$ 1.500,00, porém, sua receita líquida mensal é de R$ 1.350,00. Para efeito de custo, devemos considerar R$ 1.500,00.
Caso o funcionário trabalhe em mais de um setor, seu salário deverá ser distribuído proporcionalmente entre eles.
Ex.: Joaquim, Encarregado de Produção : 50% de seu tempo é dedicado ao setor Offset ½ bi, os demais 50% estão distribuídos entre Pré-Impressão e Acabamento.
o Encargos Sociais
Os encargos sociais representam as obrigações legais da empresa sobre os salários de seus funcionários.
Cálculo:
INSS empresa (seguro acidente do trabalho, Incra, Senai,
salário educação, etc.) 27,8%
FGTS 8,0%
Férias + encargos 14,1%
13º Salário + encargos 11,3%
Estimativa para eventuais (salário maternidade, ausências
Remuneradas, etc.) 8,8%
Total de encargos sociais mensais 70%
As empresas pertencentes à categoria do Imposto Simples, deverão rever estas alíquotas.
o Horas Extras
Nas empresas onde a prática de horas extras já se tornou uma constante, deve-se considerar no mapa de custos, a média mensal dos custos e do número de horas trabalhadas.
o Depreciação
A depreciação representa o desgaste físico e técnico de um equipamento ou máquina, causado pelo seu uso ou defasagem tecnológica.
Considerar a depreciação mensal em seu mapa de custos é fundamental para repor o investimento e permitir que a empresa possa realizar substituições, mantendo-se atualizada tecnologicamente.
As duas possibilidades mais comuns para calcular a depreciação são a partir do valor atual de mercado ou valor do bem novo.
Ex.: Setor Offset ½ bi.
Valor de mercado - Residual = Depreciação/mês
Tempo
R$ 200.000,00 - R$ 60.000,00 = R$ 1.166,67
120 meses
Onde:
Valor de mercado = valor atual de mercado do equipamento, ou seja, seu valor para venda hoje.
Resisual = estimativa do valor de mercado do equipamento, ao cabo do período de utilização.
Tempo = número de meses correspondente à estimativa do tempo de utilização.
o Despesas
Consideremos no mapa de custos todas as despesas indiretas, com custos mensais ou médias mensais.
A seguir, apresentamos uma sugestão de agrupamento de despesas.
1. Prêmios de seguros : Custo mensal de todos os seguros que a empresa possua.
2. Aluguel : Mesmo as empresas que trabalhem em prédio próprio, deverão estimar o valor de Mercado do aluguel, afim de remunerar o capital investimento.
3. Imposto predial
4. Água e esgoto
5. Energia elétrica
6. Materiais auxiliares de produção : Materiais utilizados na produção que auxiliam no processo
produtivo.
Ex.: Colas, fitas adesivas, papel de embalagem, produtos químicos, etc.
7. Gastos gerais de manutenção : Materiais que auxiliam na manutenção dos equipamentos em
geral (óleos lubrificantes, gasolina, etc.), serviços de manutenção mecânica, elétrica, peças de reposição e reparos no prédio, entre outros.
8. Diversas despesas com pessoal : Despesas com assistência médica, farmacêutica, vale refeição, lanches, uniformes, treinamentos, festas de confraternização, etc. (Não considerar os custos descontados em folha de pagamento).
9. Materiais de limpeza e copa.
10.Honorários de diretoria : Retirada mensal da diretoria, com os encargos tributários somados ao valor.
11.Honorários profissionais : Despesas com assistência contábil, jurídica, assessorias, consultorias, etc.
12.Despesas com veículos : Despesas com combustível, lavagens, lubrificações, reparos mecânicos, elétricos, licenciamento, IPVA, peças, estacionamento, pedágio, etc.
13.Despesas com comunicações : Despesas com telefone, telegramas, correio, etc.
14.Associações de classe : Despesas com associações à sindicato, Abigraf, Associação Comercial, Federação das Indústrias, etc.
15.Propagandas e brindes : Publicações em jornais, páginas amarelas, propaganda em geral, além de provisão mensal para brindes.
16.Impressos e materiais de escritório : Despesas com suprimentos administrativos, guias de recolhimento, notas fiscais, etc.
17.Prestação de serviços bancários : Taxas provenientes de talões de cheques, cobrança, ordens de pagamento, etc. (Não considere aqui despesas com leasing de equipamentos ou custos financeiros provenientes de juros).
18.Assinatura de jornais e revistas : Assinatura de publicações de interesse da empresa, tais como, jornais, revistas, etc.
19.Conduções, táxis, carretos : Despesas com viagens à negócios, conduções de profissionais a trabalho da empresa, carretos de materiais internos, etc.
Os custos de pequenos carretos não deverão ser confundidos com o frete de compra de matéria-prima, cujo custo é direto e será acrescido à matéria-prima.
20.Despesas legais e jurídicas : Custos com registros em cartório, reconhecimento de assinaturas, autenticações, despesas com processos, etc.
21.Outras despesas indiretas : Provisão mensal para pequenas despesas esporádicas.
Para que as despesas possam ser distribuídas para os centros de custos, utilizaremos alguns critérios de rateio, a fim de distribuir o custo da despesa, proporcional ao seu uso.
Ex.: A despesa Aluguel deverá ser rateada pelo seu m² ocupado, ou seja, quanto maior o espaço físico ocupado pelo setor, maior será seu custo com aluguel.
Sugestão de rateio:
Critério de rateio Despesas
Imobilizado : baseia-se no valor do equipamento/máquina existentes em cada CC. o Prêmio de Seguros
o Gastos gerais de manutenção
Área ocupada : utilização do espaço disponível. o Aluguel
o Imposto predial
o Água e esgoto
o Material de limpeza e copa
Rateio conforme aferição de consumo. o Materiais auxiliares de produção
Número de funcionários o Diversas despesas com pessoal
Consumo estimado de KW por CC o Energia elétrica
As despesas administrativas, tais como, honorários de diretoria, propagandas e brindes, podem ser alocadas diretamente ao CC Administrativo.
o Horas Produtivas
As horas produtivas representam as horas que serão disponibilizadas no processo produtivo.
O CC poderá ser classificado com Hora Máquina ou Hora Homem.
Hora Máquina : quando a disponibilidade de tempo está associada ao equipamento produtivo, independentemente do número de pessoas alocadas.
Ex.: Setor Offset ½ bi. Estamos trabalhando com uma máquina em dois turnos, portanto, disponibilizamos 300 horas (1 máquina x 2 turnos x 150 horas cada).
Hora Homem : quando a disponibilidade de tempo está associada ao número de funcionários do setor.
Ex.:Setor Acabamento . Estamos trabalhando com três bloquistas, portando disponibilizamos 450 horas (3 funcionários x 150 horas cada).
Apresentamos uma sugestão para prática de horas produtivas:
1º Calcule o nº de horas disponíveis no ano
(52 semanas x 44 horas semanais) 2.288 horas/ano
2º Subtraia dez feriados (estimativa média) a 8,8 horas cada. -88 = 2.200 horas/ano
3º Divida por doze meses +12 = 183,3 horas/mês
4º Subtraia o nº. de horas improdutivas* (estimativa média) -33,3 = 150 horas/mês
* Exemplo de horas improdutivas: manutenção, falta de energia, lubrificação, limpeza, paradas para lanche, etc.
o Custos/Hora
Representa o custo/hora dos setores que executam as atividades produtivas da empresa.
Como calcular:
Ex.: Setor Dobra.
Custo Fixo do setor + Rateio de CC Aux./Adm. = Custo/H
Horas Produtivas
R$ 2.764,00 + R$ 220,00 + R$ 1.534,00 = R$ 30,12
150
O custo/hora será um dos componentes a ser utilizado no processo de formação do preço de venda. Chamamos este componente de custo de transformação (número de horas para produção do produto x custo/hora).
Modelo de orçamento:
Custo direto (papéis, tintas, chapas, etc.) R$ 500,00 (a)
Custo de transformação
Montagem (2 horas x 22,37) R$ 44,54
Offset ½ bi (5 horas x 59,69) R$ 298,45
Dobra (2 horas x 30,12) R$ 60,24
Acabamento Manual (1 hora x 21,06) R$ 21,06
Total do custo de transformação R$ 424,49 (b)
Terceirizações (verniz UV, plastificação, faca, etc.) R$ 300,00 (c)
Total do custo de produção R$ 1.224,49 (a + b + c = d)
Lucros, Impostos, Comissões, Custo financeiro, etc R$ 775,51 (e)
Preço de Venda R$ 2.000,00 (d +e)

Empresário, seja prudente, contrate profissional habilitado
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Marcos Soares

Marcos Soares

Prata DIVISÃO 1 , Contador(a)
há 16 anos Quinta-Feira | 17 julho 2008 | 08:37

Prezado Cláudio,

Infelizmente eu acho que tenho vou contrario ao que você afirmou, pelo que eu me lembro das aulas de Custo, a Depreciação de equipamentos pode ser sim um Custo Fixo (pelo metodo linear), desde que esteje diretamente relacionado ao bem produzido e sua vida util possa ser determinada pela quantidade produzida.

Um exemplo que ele dava bastante disso são alguns equipamentos da Petrobrás, ele dizia que um determinado equipamento só era usado durante um determinado tempo e quantidade.

bom eu tenho o material dele ainda vou te mandar por email para postar para os Colegas de trabalho, acho que vai ajudar bastante a nossa colega Fernada.

abç

Marcos Soares

Marcos Soares

Prata DIVISÃO 1 , Contador(a)
há 16 anos Quinta-Feira | 17 julho 2008 | 09:05

Oi Wilson, o seu email não está disponivel no perfil, já encaminhei o arq. para o Cláudio, qualquer coisa me manda um email que eu encaminho para vc tb.

abç

Andre Luiz Marcelino

Andre Luiz Marcelino

Iniciante DIVISÃO 5 , Consultor(a) Negócios
há 16 anos Quarta-Feira | 20 agosto 2008 | 12:23

Olá amigos...tenho uma dúvida em relação ao custo fixo. Sei que a energia elétrica quando utilizada com um medidor especifico na linha de produção é calculada como custo direto e variável. MInha duvida é a seguinte por quê razão ela é contabilizada como custo fixo quando está sem o medidor especifico se ela é um valor que varia todo mês?...ela não deveria ser considerada em motivo dessa variação mensal como custo indireto e variável.

VICTOR MORENO SIMÕES

Victor Moreno Simões

Iniciante DIVISÃO 2 , Contador(a)
há 16 anos Quarta-Feira | 20 agosto 2008 | 17:37

Olá, André.

Bem a energia elétrica não pode ser considerada como um custo indireto quando dela a empresa necessita para a fabricação de um bem ou serviço a ser comercializado, desta forma temos que considera-lá como um custo fixo de produção visando que sem a mesma não conseguiremos produzir. E variável quando a mesma de mês a mês varia em virtude da produção, produz-se mais, gasta-se mais.


Só podemos classifica-lá como custo indireto quando não dependemos diretamente dela para a produção do bem ou serviço.

Em miudos, tudo o que for necessário para a produção de um bem(produto) ou serviço e sem ele não tem como produzir, é custo fixo, quando não se depende do mesmo, custo variável.

Wilson Fernando de A. Fortunato
Moderador

Wilson Fernando de A. Fortunato

Moderador , Contador(a)
há 16 anos Sexta-Feira | 22 agosto 2008 | 09:03

Luziane,

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