Custo do Produto Vendido

Bom dia, nobres colegas.

Tenho uma empresa Industrial, devido a crise que o país esta passando, esta empresa esta ficando sem trabalho.

Gostaria de saber como devo contabilizar a folha da produção, uma vez que estes valores não estão sendo agregados aos produtos por falta de demanda.

Preciso muito de uma resposta, espero que possam me ajudar, e se possível me enviar alguma base legal eu agradeço imensamente.

Abraços!

Boa tarde Thiago!

Na verdade, não é bem "embasamento legal" e sim uma interpretação da legislação.

Mesmo que a empresa esteja produzindo em menor escala, os funcionários estão "lotados" nos Centros de Custos de Produção. Apenas se eles fossem efetivamente transferidos para outros Centros de Custos, com as devidas anotações no Livro de Registro de empregados e na CTPS, já que isso é um procedimento interno das empresas.

A apuração do Custo dos Produtos Vendidos, é composta pelo Estoque Inicial + Compras - Insumos Utilizado = Estoque Final...

Então na minha opinião você na contabilidade pode fazer suas interpretações, já que isso não mudará o Resultado Final (Lucro ou Prejuízo)...

Pode contabilizar nas contas de "Custos" como nas Despesas Operacionais....



Sds

Thiago Capatto,
Boa tarde.

Bem, se os gastos com o pessoal não estão mais agregando valor ao produto fabricado, os mesmos não mais serão tratados como custo, certo?

Sendo assim, os dispêndios a título de folha de pagamento do pessoal da fábrica, que efetivamente não integraram o processo produtivo, passarão a figurar como despesa.

Quanto à base legal, a legislação não pode trazer conceito de despesa e custo, pois, trata-se de termos de contábeis (vide Art. 110 da Lei Nº 5.172/1966 - Código Tributário Nacional). Diante disso, aconselho levar em consideração os conceitos trazidos pelo ilustre Professor Eliseu Martins, no Livro Contabilidade de Custos:

"d) Custo — Gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços.

e) Despesa — Bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para a obtenção de receitas."

(Vide página 17, Livro Contabilidade de Custos, 9ª edição, Editora Atlas)

Espero ter ajudado.

Att,

Prezados

Tendo a discordar em parte das opiniões do colega Eduardo Molinari , uma vez que sim isto pode afetar o resultado do exercício, visto que o salário da produção integra o valor do estoque caso seja considerado como custo.

Em minha opinião, embora a empresa não esteja produzindo, está fazendo dispêndios (gastos) para garantir a produção no futuro, uma vez que se espera que ao passar da crise, estes funcionários voltem a produzir. Portanto, não vejo nenhum problema em "ativar" esse valor em estoque para alocá-lo em custo quando da efetiva venda dos produtos.

Espero ter ajudado

Att.

Prezados, boa tarde!

Concordo com o colega Luiz Mauricio, estes gastos devem ser alocados na linha de despesas operacionais e a absorção destes gastos nos custos dos estoques em períodos de pouca produção irá onerar o custo unitário destes produtos.

Vejam determinação do item 13 do CPC 16 - Estoques que fala dos custos de transformação:

"A alocação de custos fixos indiretos de fabricação às unidades produzidas deve ser baseada na capacidade normal de produção. A capacidade normal é a produção média que se espera atingir ao longo de vários períodos em circunstâncias normais; com isso, leva-se em consideração, para a determinação dessa capacidade normal, a parcela da capacidade total não utilizada por causa de manutenção preventiva, de férias coletivas e de outros eventos semelhantes considerados normais para a entidade. O nível real de produção pode ser usado se aproximar-se da capacidade normal. Como consequência, o valor do custo fixo alocado a cada unidade produzida não pode ser aumentado por causa de um baixo volume de produção ou ociosidade. Os custos fixos não alocados aos produtos devem ser reconhecidos diretamente como despesa no período em que são incorridos. Em períodos de anormal alto volume de produção, o montante de custo fixo alocado a cada unidade produzida deve ser diminuído, de maneira que os estoques não são mensurados acima do custo. Os custos indiretos de produção variáveis devem ser alocados a cada unidade produzida com base no uso real dos insumos variáveis de produção, ou seja, na capacidade real utilizada."

Nobres, colegas.

Agradeço muito pelas opiniões e entendimentos.

Meu entendimento vai de encontro com o nosso amigo Rodrigo Mariano, porque o valor dos funcionários que estão alocados no centro de custo fabril, agregam valor ao meu estoque.

Uma vez que eu não estou produzindo não posso lançar para CUSTO e transferir para o meu estoque, porque também eu estaria super valorizando o meu estoque e distorcendo as informações, pois eu não teria um valor Real de estoque.

Tentarei mensurar um valor compatível com o faturamento do mês, e o restante irei alocar em Despesa.

Novamente agradeço aos colegas, sempre muito prestativos e dispostos a colaborar com um colega em dificuldades.

Um forte abraço a todos.

Boa tarde,

Aproveitando a discussão sobre CPV, gostaria de sana uma dúvida que me surgiu esses dias.

Quando falamos em produção o CPV é calculado da seguinte forma:
CPV= EI + (compras, MO, outros gastos diretos) - EF, correto?

Foi aí que me surgiu a dúvida, nesse EF (estoque final) devo contar o saldo de matéria prima não utilizada ou somente os produtos acabados?

Desde já, grato.

P.S.: isso se tratando de indústria.