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Artigo 482 CLT está atualizado para os nossos tempos?

Fernando Rogério Vieira dos Santos

Fernando Rogério Vieira dos Santos

Prata DIVISÃO 3 , Analista Pessoal
há 11 anos Sexta-Feira | 14 março 2014 | 08:45

Bom dia Galera do bem!

A um tempo atrás tinha postado aqui sobre um caso de um funcionário que tinha problemas de embriaguez.

E a maioria da galera afirmou que atualmente segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), declara que a embriaguez é tida como doença. Sendo assim o empregador não poderia dispensar seu funcionário alcoólatra e sim encaminhá-lo ao INSS.

Observando o Artigo 482 da CLT a alínea "f" declara que a embriaguez habitual no serviço é motivo para justa causa.

E agora o que dizer? Podemos afirmar que o Art. 482 está arcaico? Ou somente a alínea "f" que fala da embriaguez é que está desatualizada com a legislação ?

Samara Silva Rodrigues

Samara Silva Rodrigues

Ouro DIVISÃO 1 , Auxiliar Administrativo
há 11 anos Sexta-Feira | 14 março 2014 | 08:53

Fernando,

Bom Dia !!!

6. Embriaguez Habitual ou em Serviço

A embriaguez deve ser habitual. Só haverá embriaguez habitual quando o trabalhador substituir a normalidade pela anormalidade, tornando-se um alcoólatra, patológico ou não.
Para a configuração da justa causa, é irrelevante o grau de embriaguez e tampouco a sua causa, sendo bastante que o indivíduo se apresente embriagado no serviço ou se embebede no decorrer dele.
O álcool é a causa mais frequente da embriaguez. Nada obsta, porém, que esta seja provocada por substâncias de efeitos análogos (psicotrópicos).
De qualquer forma, a embriaguez deve ser comprovada através de exame médico pericial.
Entretanto, a jurisprudência trabalhista vem considerando a embriaguez contínua como uma doença, e não como um fato para a justa causa. É preferível que o empregador enseje esforços no sentido de encaminhar o empregado nesta situação a acompanhamento clínico e psicológico.


Pelo o que eu entendi nesse artigo é que o alcoolismo deve ser constatado através de exame, esse funcionário já fez esse exame e foi comprovado? E pelo o que também pude compreender é que a empresa é quem tem que encaminha-ló pra fazer exame e acompanhamento médico.


Att,

Samara Silva


" O mais importante da vida não é a situação em que estamos,
mas a direção para a qual nos movemos. " Oliver Holmes
Fernando Rogério Vieira dos Santos

Fernando Rogério Vieira dos Santos

Prata DIVISÃO 3 , Analista Pessoal
há 11 anos Sexta-Feira | 14 março 2014 | 13:22

Samara mas aí que está o "X" da questão.

Se o entendimento da jurisprudência trabalhista vem considerando a embriaguez como doença, o artigo 478 alínea "f" perdeu o seu efeito para desligamento por justa causa.

Deduzo assim que o Artigo 478 estaria desatualizado frente a isso.

Samara Silva Rodrigues

Samara Silva Rodrigues

Ouro DIVISÃO 1 , Auxiliar Administrativo
há 11 anos Sexta-Feira | 14 março 2014 | 13:45

Fernando,

Ai é que está a questão mesmo se está desatualizado este artigo e por qual motivo ??
Você tentou se informar melhor sobre essa questão ??



Att,

Samara Silva


" O mais importante da vida não é a situação em que estamos,
mas a direção para a qual nos movemos. " Oliver Holmes
FLAVIO ZENICOLA

Flavio Zenicola

Ouro DIVISÃO 3 , Supervisor(a) Pessoal
há 11 anos Sexta-Feira | 14 março 2014 | 15:32

...Para o relator dos autos, ministro Augusto César de Carvalho (foto), o carteiro não podia ter sido dispensado se era portador de alcoolismo crônico, que atualmente também é classificado como doença e catalogado no Código Internacional de Doenças, principalmente porque, naquele momento, encontrava-se licenciado para tratamento de saúde.

TST

kennya eduardo
Consultor Especial

Kennya Eduardo

Consultor Especial , Não Informado
há 11 anos Sábado | 15 março 2014 | 10:59

O judiciário pode aplicar entendimento mais favorável ao trabalhador, visto que o alcoólatra não é alcoólatra simplesmente porque quer. Isso em se tratando de um dependente químico. Assim, para os casos onde o empregado não apresenta comportamento típico de dependente químico o artigo da CLT pode ser aplicado normalmente.

A questão é conseguir diferenciar um do outro, e ter como provar.

Guilherme Heiderichi

Guilherme Heiderichi

Ouro DIVISÃO 1 , Consultor(a)
há 11 anos Sábado | 15 março 2014 | 12:28

É interessante... encontramos casos e mais casos em que as próprias normas se confrontam em posicionamentos.

Concordo com Fernando no sentido da Lei estar desatualizada frente às atuais decisões do judiciário.

Atenciosamente,
Guilherme Heiderichi Correia - Contador/CRCSP - Especialista em Controladoria e Finanças
Foco em Incorporação, Construção e Serviços
Instagram: @newyorkcontabilidade
Fernando Rogério Vieira dos Santos

Fernando Rogério Vieira dos Santos

Prata DIVISÃO 3 , Analista Pessoal
há 11 anos Segunda-Feira | 17 março 2014 | 08:54

É isso aí galera, como a Kennya disse o mais difícil nessa situação é diferenciar um caso do outro e o pior ter que provar isso.

Eu também tomo uns "gole" de vez em quando e sei que não sou alcoólatra para me enquadrar na questão de ser associado como um "doente".

Se eu aparecesse alcoolizado no trabalho, a empresa teria todo o direito de me dispensar do trabalho por justa causa conforme o Art. 478, mas já pensaram: E se eu uso da malandragem alegando que sou um alcoólatra ?

Partindo de todas as opiniões citadas, continua achando que a alínea "f" do Art. 478 perdeu o seu efeito hoje em dia.

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