A partir desta sexta-feira (3), os trabalhadores poderão usar o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para comprar ações da Eletrobras, que passa por um processo de privatização.
O valor mínimo para a aplicação é de R$ 200 e o máximo que poderão utilizar é de até 50% do valor da conta do FGTS. O período para reservar as ações vai de 3 a 8 de junho.
Como investir na Eletrobras com o FGTS?
Cada banco e corretora tem uma página de cadastro de interessados em fazer a reserva.
Com isso, é preciso se cadastrar na sua instituição financeira para garantir a compra das ações com o saldo do FGTS.
No aplicativo para celular do FGTS, o trabalhador pode escolher uma instituição financeira para gerir o investimento.
O investidor pessoa física que não possui recursos no Fundo de Garantia também poderá comprar ações, algo esperado que atinja cerca de R$ 3 bilhões do total da oferta, ou 10%.
O prospecto da oferta da Eletrobras define que no máximo R$ 6 bilhões vindos do FGTS poderão ser utilizados na oferta, mas bancos que assessoram a transação acreditam que o valor chegará em cerca de R$ 5 bilhões.
Para quem já tem dinheiro do FGTS investido na Vale e/ou Petrobrás, é possível trocar parte do seu saldo para ações da Eletrobras, limitado a 50% do total.
Contudo, não é possível utilizar o recurso do saldo e também fazer essa migração para comprar as ações. Ou seja, só vale um ou outro. Quem for fazer a migração tem até o dia 6 para preencher o termo de adesão disponibilizado pelas instituições financeiras.
Preço das ações
O preço de cada ação na oferta será definido apenas no dia 9 de junho. Hoje, a ação da estatal está em cerca de R$ 42 na Bolsa brasileira, mas isso não significa que ela será vendida a esse valor.
O preço é definido após negociações entre a empresa, bancos e investidores institucionais, que são os fundos de investimento. Isso significa que a pessoa física fica de fora desse processo de discussão de preço.
Tempo do investimento
O investimento nas ações da Eletrobras tem período mínimo de 12 meses. Ou seja, quem fizer a aplicação precisará esperar um ano para vendê-las.
Além disso, após o prazo, o dinheiro não poderá ser transferido para a conta corrente do trabalhador. O saldo voltará para a conta do FGTS, estando sujeito às regras tradicionais, como o saque em caso de demissão, uso em financiamento de imóveis, ou ainda em saques extraordinários permitidos pelo governo federal.
Riscos do investimento
A rentabilidade das ações, que serão compradas por fundos chamados de Fundos Mútuos de Privatização ligados ao FGTS (FMP-FGTS), está sujeita à valorização na Bolsa.
Ou seja, não é um investimento de renda fixa como o FGTS, que rende 3% ao ano + Taxa Referencial (TR) - um rendimento, hoje, bem abaixo da inflação.
Trata-se de uma aplicação de renda variável, algo que embute riscos. Com isso, quem decidir vender o fundo quando as ações estiverem em baixa pode perder dinheiro com a aplicação.
Contudo, na visão de analistas, o potencial de valorização dos papéis da empresa é mais alto do que a rentabilidade fixa do FGTS, desde que a venda seja efetuada em período de alta no preço das ações da companhia.
Para isso, o investidor precisa entender os riscos com a compra das ações e que os ganhos, assim, não são certos.
Com informações do Estadão