Com os juros ainda em alta e a inflação impactando o mercado e o bolso dos brasileiros, a atividade econômica do país entrou no segundo trimestre do ano com sinais de desaceleração.
Com a recente divulgação de desempenho do setor de serviços relativo a abril de 2022 feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi possível comparar o desempenho de abril com março, que teve o volume do principal segmento da economia nacional avançando em somente 0,2%, contra 1,4% registrado no fim do primeiro trimestre.
O resultado apresentou uma queda também quando comparada às estimativas do mercado financeiro, que projetavam uma elevação de 0,4%, para o quarto mês do ano.
O IBGE também divulgou, separadamente, o resultado das vendas do comércio varejista, que cresceu 0,9% em abril em sua quarta alta consecutiva (porém a mais tímida até o momento).
A produção industrial, por sua vez, teve um aumento de 0,1%. Embora tenha crescido, a elevação vem bem reduzida em comparação ao crescimento de 0,7% em fevereiro e 0,6% em março.
Especialistas indicam que o aumento dos juros encarece o consumo de bens e serviços, além da falta de certos insumos que também contribuem para o aumento dos preços.
Com esses resultados, o Produto Interno Bruto (PIB) deve registrar neste segundo trimestre um crescimento de apenas 0,5% contra o resultado do primeiro trimestre de 1%.
A antecipação do 13º salário do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e o saque-extraordinário do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) ainda devem movimentar a economia até o fim de junho, possibilitando a melhora do quadro atual.
Nesta quarta-feira (15) o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), deve anunciar o novo patamar da Taxa Selic, taxa básica de juros do país, após sua quarta reunião do ano, influenciando diretamente nos resultados da economia nos próximos 45 dias.