O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) identificou R$ 605 milhões em transferências suspeitas depois da análise da prestação de contas parcial de campanha, entregue pelos candidatos entre os dias 9 e 13 de setembro.
Ao todo, foram detectados 59.072 casos de gastos ou doações potencialmente irregulares, informou a Justiça Eleitoral. Segundo o TSE, os casos agora serão apurados “com o levantamento de provas materiais e de informações mais aprofundadas”.
As suspeitas foram alcançadas por meio do cruzamento de dados de diferentes órgãos de controle, como o Tribunal de Contas da União (TCU), a Receita Federal, o Conselho de Controle de Atividades Econômicas (Coaf) e a Polícia Federal.
No caso dos gastos, chama a atenção dos órgãos de controle quando, por exemplo, há fornecedores com número muito pequeno de funcionários, ou com um dos sócios, tal como os beneficiários de programas de transferência de renda como o Auxílio Brasil.
Levantam suspeita também os casos de empresas criadas ainda neste ano e tendo como sócio algum filiado a partido ou parente de candidato.
No lado das receitas, as principais suspeitas recaem sobre doações realizadas por pessoas beneficiárias de programas sociais ou com renda incompatível com o valor doado. Foram identificados, por exemplo, seis doadores falecidos e 190 desempregados.
“Ainda despertou o interesse dos analistas 10.296 situações em que um mesmo candidato recebeu numerosas contribuições feitas por diferentes empregados de uma mesma empresa”, disse o TSE.
Caberá agora ao Ministério Público Eleitoral (MPE) apurar esses casos suspeitos. Uma nova rodada de cruzamento de dados ocorrerá após a prestação de contas final do primeiro turno, que deve ser entregue por todos os candidatos até 2 de novembro.
Com informações da Agência Brasil