Um novo estudo revelou que 27% das mulheres brasileiras têm medo de serem demitidas após retornarem ao trabalho depois do período, garantido por lei, da licença-maternidade.
O receio das trabalhadoras foi revelado em uma pesquisa feita pela Famivita, empresa especializada em saúde feminina, que ainda levantou que este medo é maior entre as mulheres de 25 a 29 anos.
Quando avaliado por regiões do Brasil, os dados apontam que a situação é ainda mais intensa nos estados do Distrito Federal e Espírito Santo, onde 38% das entrevistadas tiveram medo de serem demitidas.
Em São Paulo, o nível é maior que a média do país, com 31%, e no Rio de Janeiro o índice alcançou 27%. Em Santa Catarina e Minas Gerais esta preocupação fica abaixo da média, caindo para 24% das mulheres.
A licença-maternidade não é um extra que as gestantes solicitam, mas sim um direito previsto e regulamentado no país desde 1943, com a criação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
A lei garante afastamento de 120 dias (aproximadamente quatro meses) e ainda prevê um prazo de estabilidade após o retorno ao trabalho.
Avaliando o período previsto por lei, 36% das entrevistadas afirmaram que a licença-maternidade deveria ser de pelo menos 12 meses, já 92% concordaram que quatro meses é um tempo muito curto para a finalidade da licença.
Mesmo com o direito e a lei ao seu lado, 21% das colaboradoras entrevistadas revelaram terem sido demitidas logo após retornar da licença-maternidade.
Além disso, 54% não conseguiram retornar ao trabalho após os quatro meses previstos e 20% conseguiram voltar somente após seis meses, graças a licença de 180 dias do setor público.