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Trabalhadores que buscaram correção do FGTS podem ter de pagar bilhões em custas judiciais

Campanha do IFDT pede isenção dos honorários de sucumbência, que podem onerar milhões de trabalhadores que acionaram a Justiça para corrigir perdas do FGTS.

30/10/2024 14:00

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Trabalhadores podem ter de pagar bilhões em honorários por correção do FGTS

Trabalhadores que buscaram correção do FGTS podem ter de pagar bilhões em custas judiciais

Os trabalhadores que buscaram na Justiça a revisão da correção do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) enfrentam a possibilidade de um impacto financeiro significativo: a cobrança de até R$ 2,5 bilhões em custas judiciais, caso não seja concedida a isenção dos honorários de sucumbência. O Instituto Fundo de Garantia do Trabalhador (IFDT) lidera uma campanha nacional para que esses valores, equivalentes a 10% do montante das ações, sejam dispensados.

Com mais de 1,5 milhão de processos abertos – tanto individuais quanto coletivos – envolvendo aproximadamente 6 milhões de trabalhadores, o objetivo dessas ações era compensar perdas ocasionadas pela Taxa Referencial (TR) utilizada na correção do FGTS ao longo dos últimos 25 anos. Em 12 de junho deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) acolheu uma proposta do governo federal, determinando que o cálculo de correção do FGTS manterá a TR acrescida de 3% ao ano, além dos lucros distribuídos pelo fundo, o que deve resultar em uma correção equivalente ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial de inflação do país.

Contudo, ao julgar o mérito, o STF decidiu de forma parcial, e a expectativa era de que não houvesse obrigatoriedade de pagamento de honorários para aqueles que moveram as ações. Porém, a Justiça Federal tem mantido a cobrança desses honorários, afetando quem não se qualificou para a gratuidade judicial e acionou as varas dos Tribunais Regionais Federais.

Mario Adelino, presidente do IFDT, ressalta que a decisão do STF de vincular a correção do FGTS ao IPCA deveria ter dado ganho de causa parcial aos trabalhadores. "Com essa decisão, os trabalhadores não obtiveram nenhuma compensação financeira direta, mas poderão ser obrigados a pagar custos que, em muitos casos, chegam a dezenas de milhares de reais, especialmente em ações coletivas movidas por sindicatos e ONGs", explica Adelino.

O Instituto Fundo de Garantia, que representa 3.950 trabalhadores em ações coletivas, calcula que as custas judiciais nesse cenário poderiam alcançar R$ 15 milhões, um montante que a organização afirma não ter disponível. "Essa cobrança não é razoável e parece uma forma de desincentivar a busca por direitos, criando um risco financeiro para o trabalhador, que pode se ver endividado ao enfrentar o governo na Justiça", critica Adelino. Ele aponta ainda que, em processos de grande repercussão, como a "revisão da vida toda" do INSS, a Advocacia-Geral da União abdicou dos honorários de sucumbência, pedindo que o mesmo seja feito neste caso.

O IFDT enviou ofícios ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, à Advocacia-Geral da União, ao STF e às principais centrais sindicais do país, solicitando a isenção de custas e honorários para os trabalhadores que integraram as ações em busca de seus direitos.

Além disso, o instituto promove uma campanha de apoio à causa por meio de um abaixo-assinado online, disponível no site https://abaixoassinado.org.br/, mobilizando a sociedade para pressionar por uma solução que isente os trabalhadores desse custo adicional.

Com informações do Portal R7

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