O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) divulgou que apenas cinco instituições financeiras são responsáveis por sete em cada dez (73,3%) volumes de valores liberados no novo empréstimo consignado do setor privado — conhecido como Crédito do Trabalhador.
Esses bancos emprestaram mais de R$ 8,2 bilhões em pouco mais de dois meses de operação da linha de crédito que gera desconto direto na folha de pagamento do trabalhador de carteira assina. Ao todo, R$ 11,3 bilhões foram movimentados por 39 instituições. Os números foram enviados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) para o jornal EXTRA.
O Banco do Brasil foi o responsável pelo maior montante liberado: R$ 3,1 bilhões. O segundo valor (R$ 1,6 bilhão) mais expressivo foi da Parati Financeira. Na lista também aparecem a Facta Financeira (R$ 1,2 bilhão), a Picpay (1,1 bilhão) e a Caixa Econômica Federal (R$ 1 bilhão).
Em relação ao número de empréstimos contratados, a lista das principais instituições é diferente. Dos 2,1 milhões de consignados privados liberados, 69.8% foram feitos nos cinco bancos com as maiores quantidades de contratações.
Com mais de 469 mil empréstimos, Facta Financeira foi a instituição com a maior quantidade de liberações. A Parati Financeira aparece logo em seguida, com cerca de 327 mil contratos firmados. O PicPay Bank soma 253 empréstimos na terceira posição. Na sequência, estão o Banco do Brasil (239 mil) e o Agibank (177 mil).
Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), os trabalhadores contrataram em média empréstimos no valor de R$ 5.383,22, com prestações de R$ 317,20. Até a última quinta, das 70 instituições financeiras habilidades para operar o consignado privado, 31 ainda não tinham operado a nova linha de crédito.
Troca de dívidas entre bancos
Desde o dia 16 de maio o MTE liberou a portabilidade de empréstimos para o novo consignado privado de uma instituição financeira para outra. A migração foi liberada para quem tem contratos ativos do Crédito Direto ao Consumidor (CDC) ou do antigo crédito consignado por meio de convênios entre empresas e bancos.
Na prática, vai ser possível mudar para uma instituição financeira habilitada pelo programa que oferece condições melhores para reduzir os custos da dívida. Isso acontece porque, mesmo em caso de demissão, o banco poderá usar até 10% do saldo do FGTS e 100% da multa rescisória como garantia de pagamento. Além disso, se o trabalhador for demitido e conseguir um novo emprego com carteira assinada, a dívida será transferida para o novo vínculo de trabalho.
De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o trabalhador terá que procurar os canais de atendimento ou uma agência do banco para realizar a portabilidade das dívidas. A Carteira de Trabalho Digital vai liberar a migração somente no dia 6 de junho.
Ao fazer a portabilidade, a dívida antiga é automaticamente quitada no primeiro banco. Na sequência, o trabalhador assume um novo empréstimo com outra instituição financeira. Todos os bancos habitados, segundo o MTE, têm a lista dos trabalhadores com contratos ativos de empréstimo pessoal ou consignados.
Ao fazer a troca de banco, o trabalhador poderá aumentar o valor do novo empréstimo, desde que tenha margem consignável — limite de até 35% do salário que pode ser comprometido para pagar o empréstimo.
"Essa forma provoca uma espécie de leilão entre bancos, já que a instituição financeira pode baixar mais ainda os juros para não perder o cliente”, disse o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, em nota.
Com informações Extra