O Crédito do Trabalhador, programa do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), já liberou R$ 15,9 bilhões em empréstimos desde seu lançamento em 12 de março de 2025. O programa beneficia principalmente trabalhadores com renda de até quatro salários mínimos, que representam 62,61% das operações contratadas.
Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a iniciativa oferece crédito com juros mais baixos para ampliar o acesso ao financiamento para a população que historicamente tinha dificuldade para obter empréstimos em condições vantajosas. Até 17 de junho de 2025, mais de 2,6 milhões de trabalhadores foram beneficiados em todo o país.
Crédito do Trabalhador é voltado para a população de menor renda
Entre os contratos firmados entre 21 de março e 9 de junho, os trabalhadores com renda de até quatro salários mínimos contrataram aproximadamente R$ 7 bilhões. O valor total contratado no período foi de R$ 14,6 bilhões.
Os trabalhadores que recebem entre 4 e 8 salários mínimos representaram 18,82% das contratações, com cerca de R$ 3 bilhões em crédito. Já aqueles com renda superior a 8 salários mínimos responderam por 18,57% do total, movimentando R$ 4,4 bilhões.
Para o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, o programa amplia o acesso ao crédito para públicos historicamente excluídos. “Este programa é inclusivo. Estamos alcançando trabalhadores que antes não conseguiam crédito com juros baixos, como os trabalhadores domésticos”, destacou Marinho.
Perfil dos trabalhadores que contratam o Crédito do Trabalhador
O levantamento do MTE aponta que o tempo de vínculo empregatício tem influenciado na concessão dos empréstimos. Trabalhadores com salários entre 1 e 2 salários mínimos têm, em média, 119 meses de tempo de casa. Entre os que ganham de 2 a 4 salários mínimos, a média sobe para 155 meses.
Os trabalhadores com renda acima de 8 salários mínimos registram, em média, 192 meses de vínculo empregatício com a empresa. Os dados sugerem que o histórico profissional é um fator relevante para a aprovação do Crédito do Trabalhador.
Valor médio varia conforme a faixa salarial
A média de valor contratado no Crédito do Trabalhador também muda de acordo com a renda. Entre os trabalhadores que recebem até 2 salários mínimos, o valor médio contratado é de R$ 3.391,60.
Para aqueles que ganham acima de 8 salários mínimos, a média sobe para R$ 9.079,23 por contrato. Já a média nacional do programa é de R$ 5.958,78 por trabalhador.
O Distrito Federal se destaca com a maior média individual do país: R$ 7.716,02 por trabalhador contratado.
Taxa de juros do Crédito do Trabalhador está em queda
A taxa média de juros do Crédito do Trabalhador caiu para 3,47% ao mês, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego. Apesar da redução, o governo pretende trabalhar para que os juros sejam ainda menores, especialmente por se tratar de um programa que oferece garantias como o uso de até 10% do saldo do FGTS ou da multa rescisória.
“Não vamos permitir juros incompatíveis com um programa que conta com garantias como essas”, afirmou Luiz Marinho. O objetivo é proteger os trabalhadores da prática de juros considerados abusivos por parte das instituições financeiras.
Programa busca combater juros elevados
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no lançamento do programa, afirmou que o Crédito do Trabalhador tem como objetivo reduzir a dependência das famílias em relação a empréstimos com juros excessivos.
“Agora os trabalhadores podem ter crédito barato e sair da mão do agiota. Não precisam mais pagar 10% de juros ao mês. Eles podem escolher entre bancos privados e públicos e buscar a menor taxa”, disse Lula.
O presidente destacou que o programa pode ser uma solução para que os trabalhadores utilizem o crédito de forma responsável, para melhorias na qualidade de vida, como a compra de bens essenciais, reformas na residência ou investimentos na educação e saúde da família.
Estados com maior volume de operações
Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, os dez estados com maior volume de contratações no programa já somam R$ 12 bilhões em operações. Confira o ranking:
- São Paulo: R$ 4,5 bilhões
- Rio de Janeiro: R$ 1,3 bilhão
- Minas Gerais: R$ 1,3 bilhão
- Paraná: R$ 1 bilhão
- Rio Grande do Sul: R$ 1 bilhão
- Bahia: R$ 710 milhões
- Santa Catarina: R$ 699 milhões
- Goiás: R$ 557 milhões
- Pará: R$ 551 milhões
- Ceará: R$ 473 milhões
Os números refletem a alta adesão ao programa nas principais economias do país, com destaque para os estados da região Sudeste.
Crédito do Trabalhador oferece condições acessíveis
O Crédito do Trabalhador é uma linha de empréstimo consignado destinada a trabalhadores do setor privado, com condições diferenciadas. O programa oferece taxas mais baixas e maior acessibilidade em relação aos empréstimos tradicionais, especialmente para quem possui menor poder aquisitivo.
Além disso, o programa permite o uso do FGTS como garantia, o que contribui para a redução dos riscos para os bancos e, consequentemente, das taxas de juros.
Ampliação do crédito para trabalhadores com baixa renda
Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, um dos diferenciais do Crédito do Trabalhador é atender públicos que, no modelo antigo de consignado, tinham pouco acesso a crédito. “No consignado anterior, quem mais tinha oportunidade eram os trabalhadores com salários mais altos. Agora estamos atendendo quem mais precisa”, reforçou Luiz Marinho.
Esse aspecto contribui para reduzir a desigualdade no acesso ao sistema financeiro, além de promover a inclusão de trabalhadores formais de diferentes faixas salariais.
Fiscalização contra juros abusivos
O governo federal anunciou que acompanha de perto as práticas das instituições financeiras participantes do programa. O Ministério do Trabalho e Emprego mantém vigilância constante para impedir a cobrança de juros abusivos.
A pasta também incentiva a concorrência entre os bancos públicos e privados, para que os trabalhadores possam escolher livremente a instituição com as melhores condições de crédito.
Próximos passos para o programa
O Crédito do Trabalhador continua avançando e pode passar por novas fases de expansão. O Ministério do Trabalho e Emprego avalia a possibilidade de reduzir ainda mais as taxas de juros e ampliar as garantias para alcançar um público ainda maior.
Trabalhadores e empresas devem seguir acompanhando as atualizações do programa, que se tornou uma alternativa viável para melhorar o acesso ao crédito de forma mais justa.
Com informações da agência gov