As micro e pequenas empresas (MPEs) foram responsáveis por oito em cada dez novas vagas de emprego formal no Brasil em julho deste ano. Segundo levantamento do Sebrae, baseado nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o segmento criou 103,6 mil postos de trabalho no período, consolidando-se como principal motor da geração de empregos no país.
O resultado evidencia a relevância das microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP) para a economia brasileira, especialmente em um cenário de recuperação gradual do mercado de trabalho.
MPEs lideram contratações no mercado de trabalho
De acordo com o Sebrae, nos sete primeiros meses de 2025, as micro e pequenas empresas criaram 853,8 mil vagas formais. O setor de Serviços liderou o saldo positivo, com mais de 430 mil postos, seguido pela Construção (161,1 mil) e pela Indústria de Transformação (120,7 mil).
Em julho, o setor de Serviços também foi destaque, com 42,5 mil novas contratações. A Construção e o Comércio vieram na sequência, ambos com mais de 23 mil registros.
Entre as atividades que mais contrataram estão transporte rodoviário de cargas, atendimento hospitalar, hipermercados e supermercados, fornecimento e gestão de recursos humanos, além da construção de edifícios.
Importância estratégica das MPEs
O presidente do Sebrae, Décio Lima, destacou que os números confirmam a força dos pequenos negócios no desenvolvimento econômico e social do país.
“Agora, as micro e pequenas empresas tiveram um salto para 80% das contratações, o que representa essa capacidade pujante que os pequenos negócios têm de gerar emprego e renda para a população. Uma verdadeira revolução com mais inclusão. O empreendedorismo vem criando oportunidades em todos os cantinhos do país”, afirmou.
As micro e pequenas empresas representam cerca de 99% dos negócios ativos no Brasil e são responsáveis por mais da metade dos empregos formais, segundo dados do Sebrae.
Caged: histórico e função
Criado pela Lei nº 4.923/1965, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) foi instituído como instrumento de acompanhamento das admissões e desligamentos de trabalhadores contratados pelo regime da CLT.
Em 1986, passou a servir de suporte para o pagamento do seguro-desemprego e, ao longo do tempo, tornou-se uma das principais bases de informações sobre o mercado de trabalho.
Desde janeiro de 2020, o Caged vem sendo gradualmente substituído pelo Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial). Atualmente, todas as empresas são obrigadas a declarar movimentações de pessoal por meio da plataforma.
Perspectivas para os próximos meses
Especialistas avaliam que o desempenho das micro e pequenas empresas continuará sendo determinante para a geração de empregos formais no país. O setor de Serviços tende a manter o protagonismo, impulsionado por atividades ligadas à saúde, transporte e comércio, que apresentam crescimento constante na demanda.
Para gestores e profissionais da contabilidade, o acompanhamento das informações do Caged e do eSocial é essencial para orientar as empresas quanto às obrigações trabalhistas e à organização da folha de pagamento.
Os dados reforçam a centralidade das micro e pequenas empresas no mercado de trabalho brasileiro. Responsáveis por 80% das contratações em julho e pela criação de mais de 850 mil vagas em 2025, as MPEs consolidam seu papel de destaque na geração de emprego, renda e inclusão social.
Empresas devem manter atualizadas suas informações no eSocial e buscar apoio contábil para aproveitar oportunidades de crescimento e se manter em conformidade com a legislação trabalhista.