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Férias coletivas: regras, prazos e obrigações para empresas e funcionários

CLT prevê prazos, comunicação prévia e pagamento antecipado; entenda como funcionam as férias coletivas e quais são os direitos do trabalhador.

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Férias coletivas: quais as regras de acordo com a CLT

Férias coletivas: regras, prazos e obrigações para empresas e funcionários

Durante períodos de baixa demanda — como nas festas de fim de ano, no Carnaval ou em recessos de produção — muitas empresas optam por interromper temporariamente suas atividades e conceder férias coletivas a todos os funcionários ou a determinados setores.

A medida, prevista na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), ajuda a reduzir custos operacionais, otimizar o planejamento interno e garantir o descanso remunerado aos empregados.

O que são férias coletivas

As férias coletivas estão previstas nos artigos 139 a 141 da CLT e são um direito trabalhista concedido por iniciativa exclusiva do empregador. 

A empresa tem liberdade para definir as datas de início e término, podendo aplicá-las a todos os colaboradores ou apenas a determinados setores.

No entanto, há regras obrigatórias:

  • Comunicação ao sindicato da categoria e ao Ministério do Trabalho com no mínimo 15 dias de antecedência;
  • Aviso prévio aos trabalhadores, que devem ser informados com pelo menos 30 dias de antecedência;
  • Registro das datas e fixação de avisos nos locais de trabalho.

Esses requisitos asseguram transparência e regularidade jurídica no processo de concessão.

Diferença entre férias coletivas, recesso e férias individuais

Apesar de parecidas, as férias coletivas não devem ser confundidas com recesso ou férias individuais.

Tipo de descanso

Base legal

Características principais

Férias coletivas

CLT, arts. 139–141

Iniciativa da empresa; podem abranger todos ou parte dos funcionários; comunicação obrigatória ao sindicato e Ministério do Trabalho.

Recesso

Prática interna (sem base legal específica)

Decisão voluntária da empresa; não desconta do saldo de férias; não inclui adicional de 1/3.

Férias individuais

CLT, art. 129

Direito do trabalhador após 12 meses de serviço; podem ser divididas em até três períodos, conforme a Reforma Trabalhista.

O recesso é uma pausa sem desconto do período aquisitivo. Já as férias individuais são um direito anual e devem ser remuneradas com acréscimo de um terço, conforme a Constituição Federal (art. 7º, XVII).

Atribuições da empresa e direitos do trabalhador

Ao optar por férias coletivas, a empresa deve formalizar a decisão e seguir as normas previstas na CLT. As férias podem ser divididas em até dois períodos por ano, desde que cada um tenha pelo menos 10 dias corridos.

Para funcionários com menos de um ano de casa, o pagamento é proporcional ao tempo trabalhado, e o restante é considerado licença remunerada, reiniciando o período aquisitivo após o retorno.

Durante o período de férias, o empregador não pode realizar descontos indevidos e deve garantir todos os direitos remuneratórios.

Pagamento e obrigações legais

O pagamento das férias coletivas deve ocorrer até dois dias antes do início do descanso, conforme determina o artigo 145 da CLT. O valor deve incluir:

  • Remuneração integral com base no salário atual;
  • Acréscimo constitucional de ⅓ sobre o valor das férias;
  • Eventuais médias de comissões, adicionais noturnos e horas extras.

Além disso, as férias coletivas precisam ser comunicadas ao sindicato da categoria profissional e registradas formalmente nos sistemas trabalhistas e contábeis da empresa.

Abono pecuniário e acordos coletivos

Diferentemente das férias individuais, nas quais o trabalhador pode converter um terço do período em abono pecuniário (venda de 10 dias), nas férias coletivas a conversão só é possível mediante acordo coletivo. 

Não há necessidade de pedidos individuais — o benefício deve ser negociado com o sindicato.

Benefícios das férias coletivas para empresas e colaboradores

As férias coletivas proporcionam vantagens operacionais e humanas. Para as empresas, permitem otimizar custos em períodos de menor atividade e planejar o retorno das operações com um time descansado.

Para os trabalhadores, garantem pausa remunerada, regularidade trabalhista e equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

Entre os principais benefícios estão:

  • Redução de despesas com energia, transporte e alimentação corporativa;
  • Cumprimento das obrigações trabalhistas sem risco de multas;
  • Melhora no clima organizacional e aumento de produtividade após o retorno.

Requisitos para conceder férias coletivas

Para aplicar corretamente o regime de férias coletivas, a empresa deve cumprir as seguintes etapas:

  1. Planejamento prévio — definir o período ideal considerando sazonalidade e demanda.
  2. Comunicação oficial — enviar aviso ao sindicato e ao Ministério do Trabalho com 15 dias de antecedência.
  3. Aviso interno — informar formalmente os funcionários com 30 dias de antecedência.
  4. Registro nos documentos legais — lançar as informações no sistema de folha e no eSocial.
  5. Pagamento antecipado — efetuar o pagamento até dois dias antes do início do descanso.

O descumprimento dessas regras pode gerar autuações administrativas, indenizações trabalhistas e sanções previstas no artigo 153 da CLT.

Empresas que mais adotam o modelo

As férias coletivas são comuns em indústrias, escolas, escritórios contábeis e empresas sazonais, que enfrentam redução de demanda em períodos específicos do ano.

A prática permite manter o equilíbrio financeiro, principalmente em meses de menor faturamento, como janeiro e julho.

Como registrar no eSocial

A empresa deve registrar as férias coletivas no eSocial, informando:

  • Período de início e término;
  • Colaboradores abrangidos;
  • Forma de pagamento;
  • Percentual de adicional de férias.

O registro é obrigatório e deve estar alinhado com as rubricas da folha de pagamento, garantindo conformidade fiscal e trabalhista.

As férias coletivas são um importante instrumento de gestão de pessoas e planejamento operacional, que conciliam descanso dos trabalhadores e controle de custos das empresas.

Ao seguir as regras da CLT e cumprir prazos de comunicação e pagamento, as organizações asseguram segurança jurídica e bem-estar para seus colaboradores.

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